Tacla Duran confirma que falará à Câmara após habeas corpus

BRASÍLIA – Após ter recebido habeas corpus preventivo do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (6), para participar de sessão de comissão da Câmara, o advogado Rodrigo Tacla Duran confirmou que falará aos deputados no dia 19 de junho, a partir das 14h30.

Tacla Duran declarou, em depoimento ao então juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Eduardo Appio, ter sofrido perseguição por não aceitar ser extorquido durante o processo em que é réu, no âmbito da Lava Jato. Ele citou o ex-juiz e atualmente senador Sergio Moro (União-PR) e o ex-procurador e deputado cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR).

Ele disse ter sido procurado por uma pessoa que atuou como cabo eleitoral da campanha do então candidato ao Senado Sergio Moro e um advogado ligado à esposa dele, Rosangela Moro, que teria oferecido um acordo de delação premiada durante as investigações. Devido ao foro privilegiado de Moro, que hoje é senador, e Rosângela — que agora é deputada federal pelo União Brasil de São Paulo —, Appio decidiu enviar o caso ao STF.

Tacla Duran vai participar de sessão da Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara, a pedido do colegiado, com o objetivo de esclarecer as denúncias que fez. Ele é acusado de operar contas no exterior criadas pela Odebrecht para pagamento de propina e responde por lavagem de dinheiro.

A comissão recorreu ao Supremo para garantir a vinda de Tacla Duran — que vive em Madrid — porque o advogado temia ser preso ao desembarcar no Brasil. Com a decisão de Toffoli, Tacla Duran fica autorizado a entrar no país e seguir para a Câmara no dia em que será ouvido.

O ministro ainda determinou que o Ministério da Justiça e a Polícia Federal “adotem as medidas necessárias a fim de garantir a segurança e o livre trânsito do requerente no ingresso, na permanência e na saída do país em razão do depoimento a ser prestado à Câmara dos Deputados”.

O receio da prisão por parte de Tacla Duran tem relação com o imbróglio que levou ao afastamento do juiz Eduardo Appio, que havia revogado a ordem de prisão preventiva contra Duran decretada em 2016 por Moro.

Appio foi afastado da 13ª Vara Federal de Curitiba após decisão do Conselho do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) tomada no dia 22 de maio. A decisão atendeu a uma representação feita pelo desembargador federal Marcelo Malucelli. Segundo ele, seu filho, João Eduardo Barreto Malucelli, sócio do ex-juiz e senador Sérgio Moro, teria recebido uma ligação telefônica com ameaças em abril. Com o afastamento de Appio, havia a possibilidade de nova ordem de prisão contra Tacla Duran.

Com agências

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