BRASÍLIA – O novo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, decidiu nesta terça-feira (27) trocar o comando da Polícia Federal e demitir o atual diretor-geral da corporação, Fernando Segovia.
Para o lugar de Segovia, que permaneceu por pouco mais de 3 meses no cargo, Jungmann indicou o atual secretário nacional de Segurança Pública, Rogério Galloro.
A medida foi tomada por Jungmann no primeiro dia dele à frente do novo ministério. Até agora, a PF era subordinada ao Ministério da Justiça.
Saiba abaixo como políticos reagiram à troca no comando da PF (por ordem alfabética):
André Figueiredo (PDT-CE), deputado: “Depois que a [procuradora-geral] Raquel Dodge disse que ele não devia se meter com isso, acho que a decisão foi acertada.”
Carlos Zaratini (PT-SP), deputado: “[Segovia] se envolveu em polêmica por conta da investigação sobre o próprio presidente. Ficou a impressão de que ele estava orientando aquilo.”
Ivan Valente (Psol-SP), deputado: “Teve um desfecho previsível, porque depois que ele atropelou as investigações, depois de ele ser hostilizado pelos membros da PF, inquirido pelo ministro Barroso, ele não tinha mais condição nenhuma de permanecer no cargo. Essa transição do MJ para o Ministério da Segurança Pública também cria uma instabilidade”.
Júlio Delgado (PSB-MG), deputado: “É trocar seis por meia dúzia. Segovia tinha dito que não tinha elementos e que o processo [sobre Temer] poderia ser arquivado. A saída do Segovia com a entrada de um nome que era seu subordinado pode evitar a investigação”.
Pauderney Avelino (DEM-AM), deputado: “É uma pessoa de valor, mas se desgastou muito com as declarações que ele deu. Nada melhor do que começar vida nova do que com ministério novo e diretor novo. Acho que houve certa confusão com o que ele falou. Ele tentou consertar, mas não deu certo. Jungmann começa o mandato do começo com isso.”
Randolfe Rodrigues (Rede-AP), senador: “O governo formalizou o inevitável. Desde as últimas declarações do senhor Segovia, a manutenção dele no cargo se tornara insustentável. Ele, nas declarações que fez, ofendeu princípios básicos, como a independência da Polícia Federal e a autonomia dos delegados na condução de inquéritos. Se o governo Temer não o exonerasse, inevitavelmente, ele seria afastado […]. O governo não tinha escolha […]. Espero que [Galloro] não proceda e se comporte como seu antecessor [Segovia]. Não pode, em um órgão com a credibilidade da PF, ter indicação política”.
Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara: “É uma decisão pessoal do ministro da Segurança. Para mim foi uma surpresa, o Segovia é um bom quadro da polícia, vinha começando um bom trabalho. Me surpreendeu, vamos esperar que o novo diretor tenha a mesma liberdade e independência. Muitos outros têm falado muito também, no poder Judiciário, no Ministério Público. Não é uma prática dele falar demais. Falou uma vez, talvez esteja pagando o preço por isso”.
Simone Tebet (PMDB-MS), senadora: “Eu acho que houve um desgaste desnecessário. Não tiro a capacidade do ex-diretor-geral [Segovia], mas houve um desgaste. É uma indicação política. Novo ministro: ele tem que ter alguém da sua estrita confiança. Então acho que é um processo natural, principalmente, neste momento, em que a pauta hoje, não poderia ser diferente, porque é o que a sociedade quer, é a segurança pública”.
Fonte:G1
BNC Política