GRANDE ILHA – Hulk, que recebia mais de 8 milhões de reais por mês no futebol chinês; Diego Costa, que recebia quase 2,5 milhões de reais mensais no Atlético de Madrid; Nacho Fernandez, que recebia quase 1 milhão de reais de salário no River Plate.
Como o Atlético Mineiro, sem bilheteria durante a pandemia e com apenas a sexta maior cota de televisão do futebol brasileiro, mostrou ter saúde financeira para trazer esses três nomes para seu elenco?
Claro que os salários de Hulk e de Diego Costa não são os mesmos que recebiam nos seus ex-clubes, mas mesmo assim estamos falando de investimentos altíssimos, até porque a lista de contratações recentes do Galo é bem mais ampla, incluindo Arana, Savarino, Hyoran, Marrony, Alan, Sasha, Keno, sem contar o técnico Sampaoli, que já foi embora.
A resposta é o investimento de um grupo de empresários composto por Rubens Menin, Rafael Menin, Renato Salvador e Ricardo Guimarães, na casa de 400 milhões de reais.
Em princípio, a matemática não fecha, pois o Galo tem dívidas de cerca de 1 bilhão de reais. Mas o montante emprestado pelos mecenas está sendo usado para montar um time vencedor.
É a perspectiva de títulos em 2021 que traz para o grupo a esperança de retorno dos investimentos, já que o clube receberia polpudas premiações, caso conquiste a Libertadores, o Brasileirão ou a Copa do Brasil.
O elenco também ficaria valorizado e jovens promessas, como Nathan Silva e Nathan, poderiam ser vendidos por grandes, como o Flamengo fez com Vinicius Júnior e Reinier.
A meta dos mecenas é possibilitar ao Atlético um patrimônio de 2 bilhões de reais em 2023. Uma das partes desse ativo é o estádio do clube que está sendo construído no bairro Califórnia, em Belo Horizonte, orçado em 560 milhões de reais, cujas obras já estão em andamento.
A preocupação que fica é o exemplo do arqui-rival Cruzeiro, que também montou times caros à custa de títulos. Quando os troféus não vieram mais, o clube se desmontou. A diferença, no entanto, é que o Cruzeiro já contraía a dívida na contratação dos jogadores, enquanto que o Atlético, pelo menos na palavra de seus investidores, está honrando todos os compromissos.
Por Paulo Pellegrini
BNC Esportes