Quando Neymar foi contratado pelo Paris St-Germain, em 2017, era símbolo do projeto grandioso do clube francês em conquistar a Champions League.
Apesar de ter se transformado, indiscutivelmente, no craque do time e de toda a liga francesa, e de ter chegado perto na temporada passada, quando o PSG perdeu a final para o Bayern de Munique, Neymar fracassou na missão que lhe foi dada.
É nesse sentido que pode ser interpretada a vinda de Lionel Messi, após 21 anos de serviços prestados ao Barcelona: tornar o projeto novamente viável.
A dupla funcionou em 2015 no clube catalão, na melhor temporada do brasileiro com a camisa azul-grená. Os dois, mais Luis Suárez, levaram o Barça ao título. No PSG, a ideia é reeditar a parceria, com Kylian Mbappé no lugar do uruguaio.
Se o PSG for campeão europeu em 2022, será inevitável atribuir o feito a Messi, não a Neymar. Mesmo cinco anos mais velho e mais próximo do fim da carreira do que Neymar, dificilmente Messi será coadjuvante do brasileiro, por mais que este esteja mais adaptado ao time, como Messi estava ao Barcelona quando Neymar chegou por lá.
Para Neymar, voltar a jogar com o velho amigo pode fazê-lo se concentrar mais no jogo em si, e frequentar menos as manchetes extra-campo, uma marca de sua passagem por Paris desde o início.
A dedicação quase tibetana de Messi ao futebol constrange os companheiros que ousam não se dedicar. E no PSG essa imposição silenciosa terá ainda o reforço de Sergio Ramos, o ex-rival do Real Madrid, mas que tem em comum com Messi também ser sério e de poucos sorrisos.
Em campo, apesar das personalidades diferentes, quase opostas, Messi e Neymar se completam. Uma dupla quase imarcável, pois os dois podem ser arco e flecha, um verdadeiro terror para os zagueiros.
Se o título não vier desta vez, a frustração será gigantesca em Paris. Mas mesmo, eventualmente, sem a cobiçada taça, será impossível que este novo PSG não apresente um futebol encantador, pelo menos algumas vezes, e não faça qualquer admirador de futebol parar o que esteja fazendo para ver esse time jogar.
Por Paulo Pellegrini
BNC Esportes