BELO HORIZONTE – Chegou ao fim a segunda passagem do técnico Mano Menezes à frente do time do Cruzeiro. O treinador não resistiu à sequência de apenas uma vitória em 18 jogos. Ele deixou o clube após a derrota por 1 a 0 para o Internacional, no Mineirão, na partida de ida das semifinais da Copa do Brasil. Ele tinha contrato até o fim do ano.
Mano Menezes foi um dos treinadores com passagem mais vitoriosa pelo clube. Conquistou duas Copas do Brasil (2017 e 2018) e dois Campeonatos Mineiros (2018 e 2019). Entretanto, a sequência ruim, com apenas uma vitória em 18 jogos, provocou a saída.
Foram 234 jogos do Cruzeiro na “era Mano Menezes”, contando as duas passagens (a primeira em 2015 e a segunda desde julho de 2016), sendo que em 16 oportunidades o auxiliar Sidnei Lobo comandou o time à beira do gramado, fosse por suspensão ou por licença médica de Mano. Nesse período, foram 111 vitórias, 65 empates e 51 derrotas, com 56,7% de aproveitamento.
Nem mesmo a segunda melhor campanha na fase de grupos da Libertadores e a vaga nas quartas de final da Copa do Brasil foram capazes de garantir Mano Menezes no cargo. O time teve um início de ano muito bom, com 21 jogos de invencibilidade e o título do Mineiro, mas o início ruim no Brasileiro, a eliminação na Libertadores e a derrota para o Inter, na Copa do Brasil, minaram o treinador no clube.
Trajetória
Na primeira passagem, em 2015, Mano chegou ao clube com a missão de afastar o Cruzeiro do risco de rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Com uma campanha bastante regular, dirigiu a Raposa em 16 partidas, com oito vitórias, seis empates e apenas duas derrotas. A equipe ficou em oitavo lugar, com 55 pontos, e chegou a flertar com uma vaga na Libertadores.
Damião foi uma das peças importantes de Mano no Cruzeiro em 2015 — Foto: Washington Alves/Light Press
Ao fim daquela edição do Brasileiro, Mano aceitou uma proposta do futebol chinês e deixou o Cruzeiro, que foi assumido por Deivid, que era um dos auxiliares à época.
Porém, a passagem de Mano Menezes pela China foi curta. Sete meses depois de deixar a Toca, o treinador retornou, novamente com a missão de fazer uma campanha de recuperação no Brasileiro. O que aconteceu. Além disso, foi até a semifinal da Copa do Brasil, quando acabou eliminado pelo Grêmio, que conquistou o título.
Em 2017, após perder a final do Estadual para o rival Atlético-MG e ser eliminado pelo Nacional-PAR na quarta-feira seguinte, pela Sul-Americana, Mano Menezes balançou no cargo. Porém, a diretoria manteve o treinador. O que deu resultado. A Raposa conquistou a Copa do Brasil, superando o Flamengo nos pênaltis.
Cruzeiro superou o Flamengo na final da Copa do Brasil de 2017 — Foto: THIAGO CALIL/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Com mais investimento em 2018, a expectativa era grande no trabalho do treinador à frente do Cruzeiro. E ele correspondeu. Conquistou o Campeonato Mineiro após bater o rival Atlético-MG na decisão, quebrando um jejum de três anos no Estadual. No segundo semestre, a Raposa levou o bicampeonato da Copa do Brasil, dessa vez superando o Corinthians na final. Mano ratificou seu potencial em competições mata-mata. Na temporada, foram 36 vitórias, 19 empates e 19 derrotas, em 74 jogos.
Mano Menezes, técnico do Cruzeiro foi bicampeão da Copa do Brasil — Foto: Guilherme Frossard
Em 2019, em outro ano cercado de grandes expectativas, a base da equipe foi mantida e reforços trazidos ao elenco de Mano Menezes. Com um começo espetacular e invicto até a partida contra o Flamengo, na primeira rodada do Brasileirão, o Cruzeiro conquistou mais um Campeonato Mineiro em cima do Atlético-MG.
Porém, a sequência de uma vitória em 18 partidas, juntamente com o momento conturbado fora das quatro linhas, com denúncias contra a diretoria, aumentaram a pressão e culminaram com o fim do ciclo de Mano Menezes. Depois da derrota contra o Atlético-MG, pela 13ª rodada do Brasileiro, o treinador chegou a colocar o cargo à disposição da diretoria, que optou por mantê-lo no clube.
Nessa segunda passagem, foram 212 partidas da comissão comandada por Mano no Cruzeiro, com 103 vitórias, 59 empates e 50 derrotas. Foram duas conquistas da Copa do Brasil e duas do Campeonato Mineiro em quase três anos consecutivos no cargo.
Fonte: Globoesporte.com
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