TIMBIRAS – O Tribunal do Júri da comarca de Timbiras, a 200 km de São Luís, condenou o réu Paulo Sérgio Sousa Lima, acusado de ter matado a própria companheira, identificada como Josélia da Silva Gomes Araújo, com um tiro de espingarda no dia 1º de março de 2020, no Riacho dos Vianas, localidade rural de Timbiras. Além de matar a mulher, o homem ainda feriu a filha, de um ano e 11 meses, na época.
Paulo Sérgio, que foi a júri popular sob acusação de crimes de feminicídio e lesão corporal, foi condenado a 18 anos e 8 meses de reclusão e mais 3 meses de detenção. O réu cumprirá a pena em regime, inicialmente, fechado.
A sessão do Tribunal do Júri foi presidida pelo juiz Pablo Carvalho e Moura, titular da unidade judicial, e foi realizada na Câmara de Vereadores de Timbiras, tendo durado quase todo o dia.
Além do magistrado, atuou na sessão o promotor de Justiça Carlos Augusto Soares, titular de Codó e respondendo por Timbiras. Na defesa de Paulo Sérgio atuou o advogado Pedro Gustavo Rocha Vilarinho, nomeado pelo juiz.
Durante a sessão, o Ministério Público manifestou-se pela condenação do acusado pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e lesão corporal grave, em relação à ex-companheira e à filha, respectivamente.
A defesa sustentou a tese da necessidade de desclassificação da conduta para lesão corporal seguida de morte, por ausência de ‘animus necandi’ (intenção de matar) em relação ao crime que vitimou Josélia. Pediu, ainda, o afastamento das qualificadoras imputadas na pronúncia ao denunciado, em relação a ambos os crimes.
O crime
Segundo o inquérito policial, no dia 1º de março de 2020, em Riacho dos Vianas, Paulo Sérgio teria matado a companheira com um tiro de espingarda. Na ocasião, ele teria ainda atingido também a filha do casal, que estava nos braços da mãe. O disparo deixou sequelas na criança, como a incapacidade para as ocupações habituais.
Segue narrando o inquérito policial que vítima e o denunciado viviam juntos há 4 anos, tendo uma filha de um ano e 11 meses. As investigações apontam que o crime teria sido motivado por ciúmes, sendo que Paulo Sérgio, sem nenhuma discussão aparente, disparou contra a própria mulher, que morreu na madrugada do dia 2 de março, no Hospital Regional de Timbiras (HRT), por causa da gravidade da lesão. Antes de morrer, Josélia teria falado à mãe que Paulo Sérgio estava com ciúmes e, após atirar nela, saiu dizendo “é desse jeito que eu faço”.
BNC Polícia