BRASÍLIA – Relatório da área técnica do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entregue ao ministro Luis Roberto Barroso, aponta inconsistências na prestação de contas de campanha do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). A campanha terá três dias para esclarecer as suspeitas de irregularidades e entregar documentos.
As contas de Bolsonaro precisam ser julgadas pelo TSE até a data de sua diplomação, marcada para 10 de dezembro. A área técnica ainda deverá apresentar parecer final para ser julgado pelos ministros.
São pelo menos 17 pontos destacados pelo parecer da Assessoria de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias (Asepa) do TSE como indícios de irregularidades ou inconsistências, como recebimento indireto por fontes vedadas, ausência de detalhes sobre contratações de empresas, de comprovação de serviços e dados de despesas nas prestações parciais, além de informações conflitantes em dados de doadores na prestação de contas e na Receita Federal.
Uma das suspeitas de irregularidade apontadas no relatório envolve a empresa de tecnologia Adstream Soluções Tecnológicas. O gasto de R$ 147,7 mil foi realizado antes da prestação parcial das contas de campanha, mas não foi registrado naquele momento.
Os técnicos também apontam que a campanha declara doações às campanhas dos filhos do presidente eleito, Eduardo e Flávio, que concorriam a deputado federal por São Paulo e senador pelo Rio de Janeiro, respectivamente. Não há informações dos doadores originais dos R$ 345 mil repassados às campanhas dos parlamentares.