BRASÍLIA – No primeiro trimestre de 2024, a taxa de desemprego no Brasil atingiu o patamar de 7,9%, representando o menor índice para o período desde 2014, quando registrou 7,2%. Para efeito de comparação, no período similar do último ano do governo Bolsonaro, o índice era de 11,1%, assim como no primeiro trimestre de 2021 esse índice chegou a 14,9%. Esses dados são parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (17).
A elevação de 0,5% em comparação ao trimestre anterior é atribuída a um movimento sazonal do mercado de trabalho no início do ano. No entanto, a trajetória de queda anual, observada em outros trimestres, permaneceu. No primeiro trimestre de 2023, a taxa de desemprego era de 8,8%.
Durante o primeiro trimestre de 2024, o rendimento médio habitual no país foi estimado em R$ 3.123, apresentando crescimento tanto em relação ao último trimestre de 2023 (R$ 3.077) quanto ao mesmo período de 2023 (R$ 3.004). A massa de rendimento médio mensal real de todos os trabalhos habitualmente recebidos foi de R$ 308,3 bilhões, mantendo-se estável em comparação ao trimestre anterior (R$ 306,2 bilhões) e registrando um aumento em relação ao primeiro trimestre de 2023 (R$ 289,1 bilhões). Todas as grandes regiões do país experimentaram aumento na massa de rendimento em ambas as comparações.
A pesquisa revela que todas as faixas de tempo de procura por trabalho apresentaram reduções no primeiro trimestre de 2024. Notavelmente, entre as pessoas que buscavam emprego por dois anos ou mais, o contingente caiu 14,5% em relação ao último trimestre de 2023, diminuindo de 2,2 milhões para 1,9 milhão.
Apesar dos avanços, as taxas de desocupação permanecem mais altas para mulheres, pessoas pretas e pardas, bem como para aquelas com ensino médio incompleto. No primeiro trimestre, a taxa de desemprego foi estimada em 6,5% para homens e 9,8% para mulheres. No recorte por cor ou raça, a desocupação foi mais baixa para os brancos (6,2%), enquanto os pretos (9,7%) e pardos (9,1%) apresentaram taxas acima da média nacional.
- Disparidades Regionais: Os percentuais variam consideravelmente entre os estados, refletindo disparidades regionais no mercado de trabalho e na economia como um todo. Por exemplo, enquanto Santa Catarina lidera com um impressionante percentual de 87,2% de empregados com carteira assinada, o Piauí registra o menor percentual, com apenas 49,4%.
- Concentração Regional: Estados do Sul e Sudeste, como Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, tendem a ter os maiores percentuais de empregados com carteira assinada. Isso pode estar relacionado à maior diversificação econômica e industrial nessas regiões, bem como à presença de setores mais desenvolvidos, como manufatura e serviços.
- Desafios no Nordeste e Norte: Por outro lado, estados do Nordeste e Norte, como Piauí, Maranhão, Ceará e Pará, geralmente apresentam os menores percentuais. Isso pode indicar desafios estruturais nessas regiões, incluindo uma maior prevalência de empregos informais, menor desenvolvimento econômico e industrial e falta de acesso a oportunidades de trabalho formal.
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