GRANDE ILHA – O prefeito Edivaldo anunciou, na manhã desta quarta-feira (25), a construção de uma usina de beneficiamento de resíduos inertes – para beneficiamento de restos da construção civil – e de um pátio de compostagem para transformação dos resíduos sólidos em novos insumos. O anuncio foi feito durante visita realizada à área de recuperação ambiental do antigo Aterro da Ribeira, que nesta quarta-feira completa três anos de desativação, um marco da política de gestão de resíduos sólidos colocada em prática pela Prefeitura de São Luís. Com a criação da usina e do pátio, o município avança mais nesta área, contribui para a preservação ambiental e estimula a geração de emprego e renda no setor.
Durante a visita ao aterro, que hoje é uma área em permanente processo de tratamento, monitoramento e recuperação ambiental, além de ponto de transbordo para transporte do lixo coletado na cidade, destinado atualmente à Central de Gerenciamento Ambiental Titara, o prefeito Edivaldo destacou os avanços na área e lembrou que a desativação do antigo aterro sanitário representou uma grande mudança, um marco para a capital e para a melhoria da qualidade de vida dos moradores, principalmente das comunidades do entorno.
“Contabilizamos mudanças significativas na área da gestão dos resíduos sólidos. Nossa cidade é, hoje, uma das poucas capitais brasileiras que conseguem cumprir integralmente o que prevê a Política Nacional de Resíduos Sólidos, legislação que determinou, inclusive, o ano de 2018 como o prazo final para que todas as prefeituras fechem seus lixões. E nós conseguimos cumprir essa meta três anos antes do previsto por lei. Portanto, estamos muito à frente também nessa área”, destacou o prefeito. “Agora, com a construção da usina de beneficiamento de resíduos inertes e do pátio de compostagem, vamos fechar o círculo de destinação do resíduo. Isso é desenvolvimento sustentável, isso é economia circular em benefício de toda a sociedade”, afirmou o prefeito Edivaldo, ao percorrer parte da área monitorada e acompanhar o trabalho nas estações de transbordo da Ribeira, serviço atualmente operacionalizado no terreno do antigo aterro sanitário.
A presidente do Comitê Gestor de Limpeza Urbana, Carolina Moraes Estrela, que também acompanhou o prefeito na visita, frisou os benefícios da usina de beneficiamento de resíduos inertes e do pátio de compostagem, que serão construídos no local. A gestora detalhou a funcionalidade de ambos os projetos e assinalou que o serviço dará início a um novo processo no ciclo de destinação adequada dos resíduos em São Luís.
“O projeto de execução da usina e do pátio está na fase de licenciamento ambiental e em seguida daremos início às obras. Com isso, o espaço do antigo Aterro da Ribeira, que era uma área degrada, passa a ser uma área de beneficiamento de resíduos sólidos. O propósito é encaminhar para a Central de Gerenciamento Ambiental Titara somente aquilo que é rejeito, ou seja, que não tenha mais utilidade para a cadeia de produção”, observou Carolina Moraes Estrela.
A presidente do Comitê Gestor explicou que o pátio de compostagem vai fazer o processamento do material orgânico coletado para transformá-lo em insumos naturais a serem utilizados como adubo na agricultura familiar, nos projetos paisagísticos desenvolvidos pela Prefeitura e no cultivo de mudas.
Os materiais orgânicos recebidos pelo pátio serão provenientes de feiras e mercados (frutas e legumes), comidas descartadas, entre outros produtos. Já a usina de beneficiamento de resíduos inertes será estruturada para receber entulho de materiais de construção civil, para que também sejam processados e transformados em outros materiais como britas e tijolos, por exemplo, gerando emprego e renda no município.
NOVA ÁREA
Três anos após a desativação das atividades de deposição inadequada de lixo no Aterro da Ribeira, a realidade atual na área comprova os inúmeros benefícios gerados com a iniciativa de fechar o lixão. Atualmente, o aterro ganhou características de um imenso jardim, onde é realizado permanentemente o acompanhamento ambiental da área, com monitoramento dos lençóis freáticos, do solo, do ar e da fauna, com controle da população de aves, entre outras ações estabelecidas pelo Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), documento aprovado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema).
O monitoramento visa eliminar os danos ao meio ambiente ocasionados pelos anos de utilização inadequada da área. Conforme a secretária municipal de Meio Ambiente, Maluda Fialho, que também acompanhou o prefeito na visita ao local, o encerramento das atividades do antigo Aterro da Ribeira representou para a capital melhores condições higiênico-sanitárias e ambientais e menos riscos de doenças e contaminações à população.
“Agora, os resíduos são destinados para um local ambientalmente correto, moderno, que atende a todas as exigências legais. A sua desativação marcou o início de uma nova etapa nas políticas públicas relacionadas ao meio ambiente”, frisou Maluda Fialho.
Desde 2015, ano em que a Prefeitura de São Luís desativou o aterro, os resíduos sólidos produzidos na capital maranhense, uma média de 1,3 mil toneladas por dia, são conduzidos para a Central de Gerenciamento Ambiental. A central conta com estrutura adequada de recebimento e tratamento, e em acordo com as legislações sanitárias e ambientais vigentes.
RECUPERAÇÃO
A partir da desativação, a antiga área do aterro passou por diversos procedimentos de recuperação a fim de minimizar os impactos deixados ao longo dos anos. Todo o trabalho é realizado pelo Comitê Gestor de Limpeza Urbana de São Luís e consiste na instalação de sistemas de proteção ambiental e um conjunto de intervenções de infraestrutura.
Para a recuperação e controle do aterro, a Prefeitura implantou sistemas de drenagem de águas pluviais, drenagem superficial de gases e de líquidos percolados (chorume), manutenção de acessos e serviços para estabilizar taludes (ribanceiras) e cobertura vegetal. Todas as ações atendem ao Plano de Recuperação de Áreas Degradadas. O plano contempla ainda levantamento de uma série de indicadores de qualidade. Entre estes o monitoramento geotécnico, de qualidade de águas superficiais e subterrâneas, do processo de tratamento do chorume e ainda, controle da presença de animais que possam transmitir doenças, como os urubus.
Hoje, o trabalho realizado na Central de Gerenciamento Ambiental Titara envolve tecnologias e profissionais capacitados no ramo. Uma vez recolhidos, os resíduos são dispostos e cobertos de forma adequada e os líquidos percolados (chorume) gerados são tratados na Estação de Tratamento de Efluentes (ETE). A ETE possui sistema de controle e monitoramento de acordo com os padrões de qualidade estabelecidos pelos órgãos responsáveis.
BNC Política