GRANDE ILHA – A vacinação para idosos de 85 anos ou mais está ocorrendo no estacionamento do Centro Pedagógico Paulo Freire, na Universidade Federal do Maranhão, das 8 às 17 horas. A ação teve início no sábado, 30, e estima vacinar uma média de 500 idosos diariamente.
Segundo a coordenadora local de vacinação, Delryhane Carvalho, o processo ocorre em modo drive thru, ou seja, o idoso não precisa sair do veículo para ser vacinado. “Ao chegar aqui no local, ele passa por uma triagem em que verificamos se consta o cadastro dele no agendamento que foi realizado previamente no site da Secretaria Municipal de Saúde. Estando tudo certo com o idoso, nós o encaminhamos para um dos quatro pontos de vacinação instalados. Para essa ação, contamos com envolvimento de Técnicos de Enfermagem, Enfermeiros, Auxiliar Administrativo, Bombeiros, Guardas de Trânsito, além da coordenação local”, detalha.
Em uma estrutura organizada, com tendas, segurança e equipe médica, Maria Zamarão levou sua mãe de 98 anos, dona Helena Machado Moraes Correa, para receber a vacina. A filha conta que, desde março, quando intensificou a proliferação do vírus, ela se manteve isolada. “Eu, meu marido e uma cuidadora da minha mãe tivemos a Covid-19, já ela não pegou, graças a Deus. Por isso fiquei aflita, nervosa e apreensiva, porque. em uma idade dessa, com quase cem anos de idade, pegar um vírus desse é bem preocupante”.
A alegria de receber a vacina também tomou conta de William Pereira dos Anjos, que levou sua mãe Caetana Oliveira dos Anjos, de 101 anos, para receber a AstraZeneca/Oxford. “Acredito que Deus providenciou mais este presente para ela, por meio da ciência, e, portanto, ficamos muito felizes e na certeza que ela está muito mais motivada para comemorar seus 102 anos, que completará neste mês de fevereiro. Com toda essa pandemia, e tendo o cuidado com ela, por conta da idade, nossa família fez uma rede de proteção em volta dela. Tivemos casos de covid na família, inclusive minha irmã, a qual cuidava da nossa mãe, teve, então, foi necessário nós a transferirmos para a casa da outra irmã, e ali os cuidados se intensificaram ainda mais. Nós, filhos, agora, temos uma rotina mais tranquila e sistemática de visitação. Essa doença ainda não tem uma realidade que nos deixe relaxar, então fazemos tudo com todo o cuidado e bastante carinho com ela”, conta William.
Essa felicidade também esteve presente visivelmente no rosto da jovem Samira Trovou, que aproveitou a oportunidade para levar seus avós, ele de 95 anos e ela de 93, para também serem vacinados. “Esse momento é algo que nos deixa emocionados, porque a vida deles tem sido muito privada, só dentro de casa. Para mim, é maravilhoso saber que terão uma vida um pouco mais próxima do normal, já que, durante uns onze meses, estiveram muito isolados. Nós sempre tivemos uma vida muito ativa com eles. Levávamos a restaurantes, todo domingo estavam na missa, passeavam pela praia e tomavam água de coco, enfim, tinham uma vida social bem ativa mesmo, mas, por causa da pandemia iniciada em 2020, tudo mudou”, lembra.
Para ela, o momento mais difícil e que afetou, inclusive, seu psicológico, deixando-o abalado, foi ter que privá-los de ter essa vida mais livre, do lazer e da companhia da família. “Com a vacina, é uma esperança de termos uma vida mais próxima do normal, de termos novamente esse convívio, esse contato. Agora imagina, nós moramos no mesmo prédio, em apartamentos diferentes, era difícil olhá-los só de longe, sem ter aquele contato próximo, e não poder beijá-los, abraçá-los, é isso que mais nos dói”, relata Samira, emocionada.
O cadastramento para receber a vacina começou a ser feito desde quinta-feira, 28, pela internet. Após o cadastramento, uma equipe da Secretaria Municipal de Saúde vai entrar em contato para informar o dia, local e horário que o idoso vai receber a vacina contra a covid-19. A medida é para evitar aglomerações. Se o idoso não comparecer no local, será necessário realizar novamente o cadastrado e aguardar ser convocado.
Antes de o idoso ser vacinado, os profissionais da saúde realizam um questionário de segurança para saber se ele está apto a ser vacinado. Após a administração da vacina, o idoso precisa aguardar de 25 a 30 minutos, para garantir que não haverá nenhuma reação, visto que nenhuma vacina está totalmente livre de provocar reações, mas a grande maioria dos vacinados não apresenta nenhum evento.
A SEMUS dá algumas orientações importantes sobre a pós-vacina, como utilizar compressas frias no local de aplicação para alívio de possível dor e inflamação; não aplicar nenhum produto sobre o local da vacinação, como cremes, pomadas e outros, bem como não fazer curativos; não ingerir bebidas alcóolicas por 72 horas; utilizar antitérmico em caso de febre alta, maior que 37,8ºC, e, nos casos de reações mais graves, buscar atendimento na unidade de saúde mais próxima.
A primeira dose da vacina AstraZeneca já está sendo administrada, mas, para fechar o ciclo da imunização, será necessária uma segunda dose com três meses após essa primeira.
Por: Sansão Hortegal
Com Informações da DCOM/UFMA