SÃO PAULO – O valor médio da gasolina para o consumidor final subiu 9,16% em 2017, segundo levantamento divulgado nesta terça-feira (2) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Na última semana de 2016, o combustível valia R$ 3,755.
Ja última semana do ano passado, o valor médio da gasolina nos postos do país chegou a R$ 4,099, contra R$ 4,089 na semana anterior, uma variação de 0,24%. Foi a nona alta seguida dos preços.
Na comparação entre capitais, Rio Branco fechou o ano com o maior preço médio da gasolina do Brasil, com R$ 4,771 por litro. Já São Luís tem o menor valor médio, R$ 3,597.
Preço médio da gasolina por capital
Município | Preço médio (R$) |
Rio Branco | 4,771 |
Rio de Janeiro | 4,533 |
Goiânia | 4,472 |
Porto Alegre | 4,372 |
Palmas | 4,285 |
Florianópolis | 4,214 |
Brasília | 4,197 |
Fortaleza | 4,162 |
Boa Vista | 4,143 |
Aracaju | 4,132 |
Cuiabá | 4,125 |
Porto Velho | 4,121 |
Belo Horizonte | 4,087 |
Natal | 4,086 |
Belém | 4,034 |
Campo Grande | 4,013 |
Curitiba | 4,002 |
Vitória | 3,969 |
Maceió | 3,967 |
Macapá | 3,957 |
Recife | 3,917 |
Teresina | 3,917 |
São Paulo | 3,899 |
João Pessoa | 3,884 |
Salvador | 3,8 |
Manaus | 3,658 |
São Luís | 3,597 |
O preço do diesel subiu 9,01% em 2017, terminando o ano a R$ 3,326. Na última semana, o combustível ficou 0,24% mais caro.
Os aumentos estão bem acima da inflação esperada para o ano, que deve terminar 2017 em 2,78%, segundo as expectativas de mercado registradas pelo boletim Focus, do Banco Central.
Já o etanol subiu 2,39% no ano, fechando a última semana de 2017 com o preço médio de R$ 2,912 por litro, segundo a ANP.Disparada dos combustíveis a partir de julho
De julho até o final de 2017, o preço médio da gasolina para o consumidor subiu 16,78%, segundo a ANP. A alta mais acentuada aconteceu em meio ao anúncio da nova metodologia de reajustes da Petrobras e da elevação do tributo sobre os combustíveis. Já o diesel ficou 12,44% mais caro desde a nova política de preços.
Com o novo formato da política de preços, adotado em 3 de julho, a Petrobras passou a fazer reajustes mais frequentes nos valores dos combustíveis nas refinarias, inclusive diariamente.
Desde o início da nova metodologia, a gasolina acumula alta de 30,03% nas refinarias e o diesel, valorização de 26,68%, segundo o Valor Online. O repasse ou não para o consumidor final depende dos postos.
Nesta quarta, a Petrobras anunciou nesta quarta-feira reduções de 1,9% no preço do diesel e de 1,4% no preço da gasolina comercializados nas refinarias. Na terça-feira, foi anunciado alta de 0,6% no preço do diesel e recuo de 0,1% na gasolina.
Botijão de gás sobe mais de 20% no ano
Ainda de acordo com a ANP, o preço médio do botijão de gás de cozinha teve alta de 21,27% no ano (também bem acima da inflação de 2,78% esperada para o ano), passando de R$ 55,58 no fim de 2016 para R$ 67,41 na última semana de 2017. Na variação semanal, o gás de cozinha ficou 0,7% mais caro.
O que diz a Petrobras
Segundo a Petrobras, a periodicidade frequente dos reajustes “possibilita a companhia competir de maneira mais ágil e eficiente com importadores”.
Diante da alta de preços acumulada desde julho, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, já chegou a declarar que o principal fator para o aumento do preço da gasolina é o aumento de impostos. Em julho deste ano, o governo anunciou a elevação da tributação sobre os combustíveis, como uma das medidas para tentar reequilibrar as contas públicas. Foi elevada a a alíquota de PIS e Cofins sobre os combustíveis.
Em resposta ao G1, a Petrobras disse que “é importante destacar que, na gasolina, por exemplo, apenas 29% do preço pago pelo consumidor final correspondem à parcela da Petrobras. Os demais 71% referiam-se a tributos, custo do etanol anidro e margens de distribuição e revenda – parcelas sobre as quais a Petrobras não tem gerência”.
Outra consequência da nova política de preços da Petrobras doi o aumento das importações de combustíveis, que dispararam 25% no ano. Somente as compras externas de gasolina no acumulado em 2017 até novembro, cresceram 53,8% sobre o mesmo período do ano passado.
O setor se tornou fortemente importador em um mercado de distribuição dominado por empresas como Raízen, dos grupos Cosan e Shell; Ipiranga, da Ultrapar; e a própria BR Distribuidora, controlada pela Petrobras, líder no segmento que tem liberdade para comprar de outras companhias, se for mais lucrativo.