BRASÍLIA – Os trabalhadores organizados pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) decidiram em assembleia que deflagarão greve em aeroportos a partir da próxima segunda-feira (19). A decisão ocorre após impasse nas negociações da convenção coletiva.
Os pilotos e comissários de voo irão iniciar as paralisações, que permanecerão por tempo indeterminado, nos aeroportos de São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Fortaleza.
O período de inatividade será de duas horas por dia, entre as 6 e 8 horas, sem interromper “voos com órgãos para transplante, enfermos a bordo e vacinas, não serão paralisados”, como informa o sindicato. Após o período as decolagens voltarão a acontecer.
Os aeronautas têm questionado o motivo de as empresas não atenderem as reivindicações da classe, enquanto divulgam nos meios de comunicação a recuperação acelerada do setor depois do pico da pandemia de Covid-19, inclusive com lucros superiores ao que tinham antes.
Com isso, as principais reivindicações são:
- recomposição das perdas inflacionárias pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e ganho real de 5%;
- melhorias nas condições de trabalho: definição dos horários de início de folgas e proibição de alterações; cumprimento dos limites já existentes do tempo em solo entre etapas de voos.
Os aeronautas recusaram as propostas do sindicato patronal, o Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias). Segundo os Aeronautas, as propostas vinculavam os pedidos da categoria a outros interesses distantes ao que é reivindicado.
Em live no Youtube para esclarecimentos para a categoria e para a sociedade, o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Henrique Hacklaender, salientou a legalidade da greve, analisada e trabalhada pelo corpo jurídico da entidade, e declarou que esta é uma oportunidade para que os trabalhadores dos voos comerciais possam ser ouvidos.
“O objetivo é trazer a necessidade do tripulante em demonstrar a sua insatisfação com as suas companhias e com a forma como estamos sendo tratados […] Temos objetivos claros de necessidade de melhorias econômicas, quanto sociais. E as empresas já sabem qual é a demanda. Esperamos que a greve tenha um fim, afinal de contas está na mão das empresas a responsabilidade sobre este movimento”, afirmou Hacklaender.
BNC Brasil