BRASÍLIA – A Petrobras anunciou por meio de nota, nesta quinta-feira (15), mais uma redução do preço da gasolina para as distribuidoras. A medida vale a partir desta sexta-feira (16), reduzindo o litro às distribuidoras de R$ 2,78 para R$ 2,66, uma redução de R$ 0,12 o litro ou 4,3%. Isto ocorre, apesar do retorno da cobrança do ICMS, que beneficiou a arrecadação dos estados.
Conforme prometeu durante a campanha eleitoral, o presidente Luis Inácio Lula da Silva alterou a política de preços da estatal e tem garantido reduções seguidas do custo ao consumidor. O último corte tinha sido feito em 17 de maio, com uma redução de R$ 0,40 por litro, além de reduções do diesel e do gás de cozinha.
Com os novos valores, a gasolina está no menor preço desde junho de 2021. Os preços de combustíveis afetam toda a cadeia produtiva, devido à dependência da economia do modal rodoviário, causando impactos nos fretes da circulação de produtos por todo o país e inflacionando alimentos, por exemplo.
Segundo a imprensa, após as primeiras reduções de preço, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria ligado para o seu ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, questionando-o do porquê de ele não ter conseguido fazer a redução do valor do botijão de gás durante seu mandato.
De acordo com o jornal O Dia, Guedes teria respondido: “desapega”, o que resultou em uma discussão por troca de mensagens pelo celular com troca de ofensas de ambas as partes.
Guedes na época teria dito que seria impossível tentar mexer nos preços da estatal, porque isso afetaria a empresa. “Não dá para agradar pobre toda hora. Se você agrada pobre, desagrada o rico e quem manda no país é o rico”, foi a resposta de Guedes que convenceu Bolsonaro na ocasião, segundo a fonte do jornal.
Preço era dolarizado
Essa é a segunda mudança de preços da gasolina desde que a Petrobras anunciou o fim da política de paridade de importação (PPI), que guiava os preços dos combustíveis desde 2016, após o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. A queda nos preços também sofrem efeito da queda da cotação do dólar e valorização do real.
Os combustíveis da Petrobras eram precificados como se fossem importados de outro país, embora fossem extraídos e refinados pela empresa brasileira. A política foi definida por Pedro Parente, escolhido como presidente da estatal por Michel Temer (PMDB). Com isso, os acionistas da empresa nunca lucraram tanto.
Com a PPI, o receituário oficial de preços era orientado pelas flutuações do preço do barril de petróleo no mercado internacional e pela cotação do dólar. Agora, a empresa diz que levará em conta o “custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação”, e o “valor marginal para a Petrobras”.
“Os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”, dizia o comunicado da estatal.
Veja a nota da empresa:
A partir de amanhã (16/6), a Petrobras reduzirá em R$ 0,13 por litro o seu preço médio de venda de gasolina A, que passará a ser de R$ 2,66 por litro.
Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 1,94 a cada litro vendido na bomba. Mantidas as parcelas referentes aos demais agentes conforme a pesquisa de preços da ANP para o período de 4 a 10/06, o preço médio ao consumidor final poderia atingir o valor de R$ 5,33 por litro.
Destaca-se que o valor efetivamente cobrado ao consumidor final no posto é afetado também por outros fatores como impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda.
A redução do preço da Petrobras tem como objetivos principais a manutenção da competitividade dos preços da companhia frente às principais alternativas de suprimento dos seus clientes e a participação de mercado necessária para a otimização dos ativos de refino em equilíbrio com os mercados nacional e internacional.
Ciente da importância de seus produtos para a sociedade brasileira, a companhia destaca que na formação de seus preços busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural do mercado internacional e da taxa de câmbio, ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente.
Transparência é fundamental
De forma a contribuir para a transparência de preços e melhor compreensão da sociedade, a Petrobras publica em seu site informações referentes à sua parcela e dos demais agentes na formação e composição dos preços médios de combustíveis ao consumidor.
BNC Brasil