Hilton e Fernanda Gonçalo, prefeitos de Santa Rita e Bacabeira, distribuem toneladas de peixes para tentar “milagre da multiplicação dos votos” aos sobrinhos.
Além de insistir, na “cara dura”, com o projeto de eleger dois sobrinhos (um em cada município), o casal de prefeitos Hilton e Fernanda Gonçalo, de Santa Rita e Bacabeira, perdeu totalmente a vergonha de expor publicamente o que a lei classifica como “abuso de poder econômico”.
Em vídeo postado nas próprias redes sociais, a prefeita de Bacabeira, Fernanda e o marido, Hilton Gonçalo, aparecem juntos anunciando a distribuição de 15 tonedas de peixes, com arroz e macarrão. O problema não é a boa ação, mas os carros foram flagrados com pescados e adesivos da sobrinha, pré-candidata a prefeita de Bacabeira, Naila Gonçalo, como se já fosse plena vigência da propaganda eleitoral. A moça anda mais animada do que o sobrinho Milton Gonçalo, que adota um estilo mais “picolé de chuchu”, sem muita emoção.
De acordo com lei eleitoral, abuso de poder econômico é a utilização excessiva, antes ou durante a campanha eleitoral, de recursos materiais ou humanos, que representem valor econômico, buscando beneficiar candidato, partido ou coligação, afetando assim “a normalidade e a legitimidade das eleições”.
Nos vídeos, o prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo, ainda afirma que a distribuição das toneladas de pescados foi feita “com recursos próprios”, sem explicar à justiça: recursos próprios dos cofres públicos ou dos bolsos de ambos que aparecem juntos? Se foram recursos da Prefeitura, por que a sobrinha aparece também na distribuição de peixes e com adesivos de propaganda eleitoral antecipada?
Um outro aspecto é que o casal comete também abuso de poder político. De acordo com a Justiça Eleitoral, trata-se da utilização indevida de cargo ou posição pública, com o intuito de obter apoio eleitoral para um candidato específico, cujo objetivo é de influenciar de forma ilícita o processo eleitoral, desequilibrando a competição.
Mas, mesmo com o projeto megalômano de eleger dois sobrinhos e se tornar uma espécie de “Josimar de Maranhãozinho do Munim”, Gonçalo não anda bem avaliado pela população de Bacabeira e pela classe política local. E por falar em abuso de poder econômico, há quem já tenha dito no município que as pesquisas favorecendo o sobrinho teriam tanta credibilidade quanto uma nota de 3 reais.