BRASÍLIA – A análise é do senador Paulo Paim (PT-RS) para quem a proposta penaliza “em muito” esse segmento. Mulheres e homens do campo passam a ter idade igualada para se aposentar (60 anos) e o tempo de contribuição aumenta de 15 para 20 anos. Hoje as mulheres podem pedir a aposentadoria aos 55 anos e o homem aos 60.
“Esses trabalhadores rurais, que, com suas mãos calejadas, homens e mulheres que trabalham de sol a sol, que não têm horário para descansar, que colocam o alimento nas nossas mesas, senhoras e senhores, serão prejudicados, e muito, com a reforma da previdência”, discursou nesta sexta (22) o senador.
Segundo ele, para esse segmento espacial é exigido contribuição efetiva sobre a produção. “O pior: quando não houver produção, se ele não conseguir pagar aquela contribuição, terá que pagar de qualquer jeito, se quiser manter o benefício de R$ 600”, explicou.
O senador petista diz que a situação da mulher trabalhadora rural ainda é mais crítica. “Vocês muito sabem que as mulheres recebem menos que os homens no mercado de trabalho, por várias razões, entre elas a dupla jornada, o que não tem lógica – trabalho igual, salário igual”, afirmou.
A senadora Eliziane Gama (PPS-MA) citou o exemplo do Maranhão onde 66,86% dos benefícios previdenciários são rurais.
“Veja o percentual e o impacto que isso pode ter em relação a essas famílias do Maranhão. Nós temos dezenas de municípios em que a aposentadoria rural é maior do que o Fundo de Participação dos Municípios. São populações extremamente pobres, que vivem, na maioria das vezes, exclusivamente com esse rendimento”, diz.
Na opinião da senadora maranhense o aumento da idade da mulher do campo é outra perversidade. “Às vezes os filhos saem de casa, e elas têm que sobreviver com o trabalho rural do campo, e agora elas vão ter que trabalhar mais, meu Deus do céu! Ou seja, elas podem morrer e não receber a previdência. Isso é um fato concreto”, disse.
BNC Política