BRASÍLIA – O primeiro-sargento da Marinha, Ronaldo Ribeiro Travassos, lotado no Gabinete de Segurança Institucional da Presidência das República (GSI), foi flagrado em áudios e vídeos encaminhados a grupos de mensagens. Ele defendeu o assassinato de apoiadores do presidente eleito, além de declarar que Lula (PT) não tomará posse em 1 de janeiro de 2023.
“Aí pessoal, tá lotado. 24 de novembro de 2022, horário do jogo do Brasil, mas o povo não quer nem saber, o povo está aqui lutando pelo Brasil. Eu tenho certeza que o ladrão não sobe a rampa. Agora, você que tá bonitinho em casa, quando seu filho virar boiola ou uma sapatão esquerdista, não reclame”, disse Travassos, em um vídeo gravado antes da estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar, de acordo com reportagem de Fabio Serapião, Marianna Holanda e Matheus Teixeira, na Folha de S.Paulo.
Por ser militar da ativa, ele não poderia participar de atos antidemocráticos, como este, em que aparece ao lado do advogado dos Bolsonaro, Frederick Wassef.
Em relação à posse de Lula, o militar mencionou o general Joaquim Brandão, outro integrante do GSI, que é assessor especial do general Augusto Heleno.
“O general Brandão me perguntou lá no gabinete: Marujo, o que você acha? Acho não, tenho certeza, o ladrão [em referência a Lula] não vai subir a rampa. Por que você diz isso? Porque eu confio no povo que tá lá no QG, em todos quartéis Brasil afora, confio nos caminhoneiros e nos índios. Se as Forças Armadas não fizerem nada, nós vamos fazer’”, disse.
Em outra conversa, Travassos ameaçou uma “guerra civil” no país, além de defender o assassinato de apoiadores de Lula. “É isso mesmo, tem um monte de colega omisso. Tem gente aqui nesse grupo, tem grupo de fora, meu prédio tem 17 moradores, dos 17, seis fazem o ‘L’. Nós precisamos saber quem é quem, porque a guerra civil vai rolar“, enfatizou.
“Quem faz o ‘L’ é terrorista. Tem que morrer mesmo”, diz o militar
“Não tô falando isso de brincadeirinha, não, é sério. Quem faz o ‘L’ é terrorista. Tem que morrer mesmo, ou mudar ou morrer, porque não tem jeito uma pessoa dessa”, acrescentou o militar.
Travassos foi questionado pela Folha, respondeu que não comentaria e alegou, ainda, não saber se era ele mesmo nos áudios. Por intermédio de nota, o GSI, ressaltou que não é sua competência “autorizar servidores para que participem de qualquer tipo de manifestação” e que “as supostas declarações demandadas são de responsabilidade do autor em atividade pessoal fora do expediente”.
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