BRASÍLIA – Michel Temer escapou pela segunda vez de ir a julgamento na Justiça, depois de torrar R$ 32 bilhões na compra de deputados na Câmara.
Ameaçado de perder serventia ao dito “mercado”, por não ser capaz de seguir com suas indigestas reformas, Temer poderá balançar outra vez no cargo, a depender dos desdobramentos do caso Geddel Vieira Lima, seu ex-ministro dono do espantoso bunker de 51 milhões de reais na Bahia.
Em conversas reservadas com deputados próximos, Maia comentava que o enterro da segunda “flechada” em Temer, a acusação dos crimes de organização criminosa e obstrução da Justiça, seria a última cota de sacrifício da Câmara para com o presidente.
O jornalista André Barrocal, da Carta Capital, relata que, sem serventia ao “mercado” fiador de sua salvação nas duas “flechadas”, Temer estará politicamente frágil se, por exemplo, o homem do milionário bunker baiano perder a cabeça. Da cadeia onde está preso desde 8 de setembro, Geddel já cansou de mandar recado de que não aguentará muito tempo.
Da Procuradoria-Geral da República (PGR), acaba de emanar um sinal dúbio para o Palácio do Planalto. Ao opinar perante o Supremo Tribunal Federal (STF) para o ex-ministro continuar preso, Raquel Dodge classificou-o de “chefe de organização criminosa”. Se a PGR acha isso, Geddel não poderá fazer delação, proibida a capi.
Ou então “Boca de Jacaré”, apelido dado a Geddel pelo criminoso doleiro delator Lucio Funaro devido à gula financeira, terá de entregar algo bem concreto contra alguém que possa ser taxado de chefe em seu lugar. Humm, quem?
BNC Política