BRASÍLIA – A tecnologia 5G também foi discutida entre o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM–RJ). A líder do PCdoB na Câmara, Pérpetua Almeida (AC), coordenadora do grupo de trabalho criado sobre o 5G, disse que trabalhará para garantir que nenhuma empresa seja excluída do desenvolvimento da tecnologia no Brasil.
“Assumimos compromisso de que o grupo de trabalho da Câmara trabalhará no sentido de defender os interesses nacionais, sem exclusão de nenhuma empresa, especialmente as que já estão numa parceria com o Brasil desde o 3G e o 4G”, disse a deputada, que também participou da conversa na manhã desta quarta-feira, 20.
Como o Estadão mostrou, apesar do discurso ideológico contra empresa chinesa, sob pressão, o governo Jair Bolsonaro não deve barrar a Huawei do leilão do 5G do Brasil. Segundo fontes do Palácio do Planalto e do setor de telecomunicações, o banimento da empresa chinesa provocaria um custo bilionário com a troca dos equipamentos, e ficou ainda mais improvável com a saída do aliado Donald Trump da Casa Branca.
A tecnologia 5G é a quinta geração das redes de comunicação móveis. Ela promete velocidades até 20 vezes superiores ao 4G e permite consumo maior de vídeos, jogos e ambientes em realidade virtual. O leilão está previsto para o fim do 1º semestre, e o edital deve ser aprovado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em fevereiro.
Ainda na reunião com o embaixador, a deputada conta que eles pediram desculpas em desagravo ao comportamento de brasileiros que ofendem a parceria Brasil e China. “O presidente Rodrigo Maia fez questão de dizer que falava pela Câmara e não podia pedir desculpas em nome do governo brasileiro, já que ele representava o Legislativo”, disse a parlamentar.
Segundo ela, nesse momento, ele se referiu diretamente aos comentários do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL–SP), filho do presidente Jair Bolsonaro e presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
Perpétua disse que o embaixador assumiu o compromisso de fazer tratativas na China para garantir celeridade no envio dos insumos para o desenvolvimento das vacinas no Brasil. “Afirmou que o atraso pode ter relação com a grande demanda, com muitos outros países, chegando a atrasar os trâmites burocráticos alfandegários”, disse.
BNC Política
Fonte: Estadão