GRANDE ILHA – Participação política e democrática, internet e notícias falsas foram alguns dos temas tratados durante a palestra por videoconferência intitulada “Diálogos sobre Cidadania, Democracia e Inclusão” que teve como palestrante o doutor Diogo Rais, realizada pela Escola Judiciária do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão nesta terça-feira (31) com os jovens entre 16 e 17 anos da rede pública de ensino do estado.
O evento, que foi transmitido pelos canais do TRE-MA e da SEDUC do Youtube, é fruto de parceria da EJE, através do projeto Voto Jovem na Escola e da Comissão Permanente de Políticas de Gênero e Cidadania (TRE Mulheres), com a Secretaria Estadual da Educação.
Ao declarar aberto o evento, o desembargador Joaquim Figueiredo fez questão de enaltecer os 3 pilares do Projeto Voto Jovem que são o de contribuir para a formação de eleitores críticos, conscientes de suas responsabilidades sociais e plenamente preparados para o exercício da cidadania; de estimular a participação dos jovens no processo democrático; e divulgar o funcionamento da urna eletrônica.
Lembrou que nos dias atuais as autoridades constituídas do Estado têm trazido fatos negativos acerca da urna eletrônica e é importante num evento como este dirigido aos jovens esclarecer para evitar notícias falsas. Falou da segurança e da confiabilidade da urna eletrônica que após sua implantação o processo ficou mais célere e ágil. Finalizou dizendo que todos os presidentes dos TREs se solidarizam e dão apoio irrestrito ao ministro Barroso pelo trabalho que vem desenvolvendo à frente do TSE, bem como aos juízes e servidores que desempenham suas atividades com seriedade mesmo nas adversidades.
Já a corregedora do Regional, desembargadora Angela Salazar, afirmou que o evento oportuniza espaço de construção de novos saberes e ou desconstrução de conceitos equivocados sobre Cidadania, Democracia e Inclusão, “pois todos e todas sabemos que transformações sociais, em grande medida, ocorrem a partir da educação direcionada a todas as idades, de forma a se reconstruir ou construir novas premissas favoráveis para garantia de igualdades de direitos”, pontuou.
A diretora da EJE, juíza Lavínia Coelho, reforçou que o tema proposto é o início do projeto para fortalecer a sociedade civil, porque somos obrigados a garantir igualdade e oportunidade a todos. “A meritocracia pode até vir a existir, mas quando os alunos da escola pública e da escola privada tiverem as mesmas oportunidades. É aqui que vamos habilitar e aperfeiçoar os alunos da nossa rede estadual”.
Em nome da SEDUC (representando o secretário Felipe Camarão), a professora Rosejane Costa falou que é uma honra a unidade participar de projeto tão significativo que envolve a rede de educação, por possibilitar que o jovem reflita seu papel enquanto cidadão, enquanto cidadã, para que possamos ter uma sociedade mais justa, mais igualitária, em que se entenda o papel de cada um na sociedade.
Além das autoridades já citadas e do palestrante Diogo Rais, o evento online teve a participação do corregedor- geral da Justiça do Maranhão, desembargador Paulo Velten; da membro da Corte Anna Graziella Santana Neiva Costa; dos membros substitutos desembargador José Gonçalo e o juiz André Bogéa; do procurador-geral do Estado, Rodrigo Maia; do diretor–geral do TRE-MA Luann de Matos; do secretário adjunto de Administração Vitor Pflueger Pereira dos Santos; do supervisor de modalidades e diversidades educacionais da Seduc, professor Joseph Costa; da diretora das Escolas Técnicas da União Brasileira de Estudantes Secundaristas Luiza Coelho e das estudantes Kaylane Silva Mendes (quilombola) e Thaynara Viana dos Santos (aldeia Guajajara).
Diogo Rais
Durante sua palestra, Diogo Rais se propôs a mostrar sobre internet, eleições e fake news, buscando dirimir dúvidas dos participantes através de 3 perguntas: “Qual o tamanho da internet?”; “Qual a relação da internet com a eleição”; e “Fake News é uma simples mentira?”.
Deste ponto em diante discorreu acerca de interação social, produção de conteúdo, responsabilidade, alertando que fake news vai muito além da mentira e que elas agrupadas podem se transformar em teorias da conspiração com grandes chances de convencer pessoas de fatos que não são verdadeiros.
Deu como exemplo a desinformação em relação ao processo eleitoral. Pediu cuidado no compartilhamento de informações porque na internet ninguém é invisível, já que os rastros digitais ficam gravados e é possível rastreá-los.
Avisou que o mundo é heterogêneo e as plataformas mostram conteúdo baseado no comportamento do público nas redes, além de advertir que desafios são oportunidades e a internet pode ajudar no aprendizado e em qual direção seguir na vida.
Sugeriu diversos cursos, como da EducaMídia, e ainda que temas eleitorais, vida pública dos candidatos e o trabalho da justiça eleitoral sejam pesquisados pela internet.
Respondendo ao questionamento do presidente Joaquim Figueiredo de qual ferramenta é a melhor para combater desinformação, Rais contou sua experiência como professor da Mackenzie.
Por ocasião das eleições 2018, ele pediu que seus alunos atuassem como checadores de informações nos grupos de famílias. O fato foi de que em sua maioria eles foram ofendidos ou a pessoa desmascarada disse que “bem que poderia ser verdade”. Ou seja, chegou à conclusão de que se perde tempo para combater a mentira, visto que muitos não estão preocupados com a relação mentira ou verdade. Percebei, então, que acreditar em certas informações tem a ver com emoções, fé. Logo, o caminho seria a empatia, em sua opinião.
Em seguida o palestrante respondeu várias perguntas que foram enviadas por alunos que acompanhavam a transmissão no canal do YouTube.
BNC Política