ISRAEL – A companhia aérea israelense Israir inaugurou neste domingo (25) a primeira rota comercial direta entre Israel e Marrocos, sete meses depois da normalização das relações entre os dois países. O avião, que transportava uma centena de pessoas, decolou de Tel Aviv com destino a Marrakech, capital turística do Marrocos, afirmou à agência de notícias AFP a porta-voz da Israir, Tali Leibovitz.
“Esta rota ajudará a promover o turismo, o comércio e a cooperação econômica entre os dois países”, disse o ministro do Turismo de Israel, Yoel Razvozov. O vôo 61 da Israir decolou às 8h15 no horário local, com os comissários vestindo trajes marroquinos tradicionais e servindo comida marroquina. O trajeto leva cinco horas e meia.A empresa prevê de dois a três voos comerciais entre as cidades por semana.
Marrocos se tornou, em dezembro de 2020, o quarto país árabe a estabelecer relações com Israel durante o governo de Donald Trump, depois de Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Sudão. O ex-presidente americano foi um dos principais incentivadores da normalização bilateral. Os pactos fazem parte do que o republicano chamou de Acordo do Século, plano para tentar acabar com décadas de conflito no Oriente Médio, mas visto como pró-Israel, já que desconsidera diversas reivindicações palestinas.Outros dois países árabes, Egito e Jordânia, também já tinham relações com Israel.
O primeiro voo direto entre Tel Aviv e Rabat, capital do Marrocos, aconteceu já em dezembro do ano passado, com funcionários do governo israelense.Além da Israir, a El Al Israel Airlines também fará o trajeto de Tel Aviv para Marrakech, e teve seu voo inaugural neste domingo. A companhia aérea, duramente atingida no ano passado devido à pandemia de coronavírus, disse que operará até cinco voos por semana para o Marrocos, em aviões Boeing 737.A Arkia, de Israel, e a Royal Air Maroc também devem iniciar voos no próximo mês.
Marrocos foi o lar de uma das maiores e mais prósperas comunidades judaicas do Norte da África e do Oriente Médio por séculos até a fundação de Israel em 1948. Estima-se que 250 mil judeus deixaram o Marrocos por Israel entre 1948 e 1964.
Hoje, apenas cerca de 3.000 judeus permanecem no Marrocos, enquanto centenas de milhares de israelenses afirmam ter ascendência marroquina.
Autoridades marroquinas descrevem seu acordo com Israel, incluindo a abertura de escritórios, como uma restauração dos laços, que Rabat esfriou em 2000 em solidariedade aos palestinos. Em março, a ministra do Turismo do Marrocos, Nadia Fettah Alaoui, disse esperar 200 mil visitantes israelenses no primeiro ano após a retomada dos voos diretos. Isso se compara ao total de cerca de 13 milhões de turistas estrangeiros anuais antes da pandemia.A receita do turismo no Marrocos caiu 53,8%, para 36,3 bilhões de dirhans, ou cerca de R$ 19 bilhões, em 2020.
Com Informações da folhaexpress
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