Infectologista da Unicamp critica realização de torneio no Brasil: “A cova das Américas”

RIO DE JANEIRO  – A escolha do Brasil como novo país-sede da Copa América após uma reviravolta tirar o torneio de Colômbia e Argentina provocou críticas da médica infectologista Raquel Stucchi, da Unicamp.

Ao avaliar o atual momento da pandemia da Covid-19 na região de Campinas, ela considerou que há uma tendência de piora do cenário nos próximos dias por conta das medidas de flexibilização aplicadas pelos municípios e autorizadas pelo Plano SP.

– Mas teremos Conmebol, a cova das Américas. Com isso, nosso cenário vai se tornando cada vez mais trágico, desesperançoso, desanimador, tudo isso que estamos vivenciando neste país – afirmou Stucchi.

 

Copa América seria em 2020, mas foi adiada para 2021 — Foto: Getty Images

Copa América seria em 2020, mas foi adiada para 2021 — Foto: Getty Images

Após reunião emergencial nesta segunda-feira, a Conmebol decidiu por transferir para o país a realização do torneio, que seria inicialmente na Colômbia e na Argentina. Houve uma consulta nesta segunda-feira ao governo federal, que ainda discute o sinal verde para o torneio. A entidade agradeceu ao presidente Jair Bolsonaro e à CBF por “abrir as portas desse país”.

No entanto, dados atualizados pelo G1 até 31 de maio mostram que a média móvel de mortes por Covid-19 está em alta em cinco estados. Há estabilidade em 13 e no Distrito Federal, enquanto a redução foi verificada em oito estados.

Alguns governos estaduais já se manifestaram sobre a realização dos jogos. Confira o posicionamento de cada um e como está a situação de cada em relação à pandemia:

  • Minas Gerais: recusou – está estável
  • Pernambuco: recusou – está estável
  • Rio Grande do Norte: recusou – casos em queda
  • Rio Grande do Sul: recusou – está estável
  • Amazonas: sem oposição – está estável
  • Bahia: sem oposição – está estável
  • São Paulo: sem oposição – está estável
  • Mato Groso: manifestou interesse – está estável

 

Segundo Raquel Stucchi, a melhora da situação no interior de SP nas próximas quatro a seis semanas depende da imposição de medidas para restrição de circulação, e de aceleração da vacinação da população.

– Infelizmente a tendência é de uma piora, com aumento do número de casos e necessidade de internações. Houve opção por flexibilização, quando ainda tínhamos taxa de ocupação de leitos muito alta […] tivemos duas manifestações nos últimos dez dias, que fazem parte da receita para o coronavírus viver feliz, e teremos um cenário muito triste e trágico nos próximos dias. Para os próximos dias nós não temos como evitar, teríamos se não nos aglomerássemos.

BNC Esportes

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