ÍNDIA – Após uma mudança no sistema de vacinação contra a Covid-19, a Índia atingiu um recorde diário de doses aplicadas nesta segunda-feira (21), de acordo com o Ministério da Saúde.
A medida, que alterou o sistema de compra e venda de vacinas, levou à aplicação de 8,3 milhões de doses, um aumento de aproximadamente 177% em comparação à média de doses aplicadas nas últimas três semanas. Essa é a segunda mudança no sistema de compras de vacinas da Índia, que tem sido revisada de acordo com a resposta dos governos estaduais ao programa de imunização.
A vacinação de indianos com mais de 18 anos estava disponível desde o dia 1º de maio, mas o governo federal comprava apenas 50% das doses, deixando estados e hospitais privados como concorrentes na compra da outra metade dos fármacos. Agora, o governo nacional vai comprar e distribuir 75% das doses disponíveis, de acordo com um comunicado oficial, o que permite que mais cidadãos sejam vacinados de maneira gratuita.
Ainda sim, no comunicado, o governo indiano incentivou cidadãos com condições financeiras a se vacinarem em hospitais privados.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, comemorou o recorde no Twitter: “A vacina continua sendo nossa maior arma contra a Covid-19. Parabéns a todos que se vacinaram e cumprimentos a todos os trabalhadores da linha de frente trabalhando duro para garantir que tantos cidadãos tomem a vacina”.
Desde o início da pandemia, Modi defende as virtudes da ioga e o tratamento com plantas medicinais para combater o vírus, afirmações contestadas pelos cientistas. Em um pronunciamento à nação nesta segunda, ele afirmou que a prática de ioga por trabalhadores da linha de frente do enfrentamento da pandemia é um “escudo protetor” contra o coronavírus.
Desde janeiro deste ano, apenas aproximadamente 4% dos adultos indianos tomaram as duas doses da vacina. O recorde anterior de doses de vacina contra o coronavírus aplicadas no país havia sido de 5,26 milhões no dia 4 de junho, de acordo com dados do Our World in Data.
Em meio a uma segunda onda de casos, o governo indiano afirma que o número de mortes pelo coronavírus no país vem diminuindo, mas estudos com modelos de epidemiologistas estimam que esse número pode ser cinco vezes maior do que o divulgado.
O Partido do Congresso, de oposição, acusou as autoridades de deixarem de notificar pelo menos 61 mil mortes desde 1º de maio. O governo, por sua vez, afirma que a imposição de lockdowns e o avanço da vacinação levaram à diminuição de casos.
Com a diminuição de restrições, a população indiana e a comunidade científica esperam uma terceira onda de infecções, que deve atingir o país nas próximas seis a oito semanas.
BNC Mundo