GRANDE ILHA – Durante toda a gestação, o sonho da mãe é que seu filho nasça saudável e possa voltar em seus braços para casa em poucos dias. Mas nem sempre a realidade imita o sonho. É o caso do bebê que nasce com menos de 37 semanas de gestação, considerado prematuro ou pré-termo. No Brasil, o nascimento de bebês prematuros corresponde a 12,4% dos nascidos vivos, de acordo com dados do Sistema de Informações Sobre Nascidos Vivos (Sinasc) do Ministério da Saúde.
Por se tratar de um grave problema de saúde pública no Brasil, responsável pelos elevados índices de morbimortalidade neonatal, foi instituído o Dia Mundial do Prematuro, como forma de alertar para a situação, celebrado oficialmente na data de 17 de novembro.
O Hospital Universitário da UFMA (HU-UFMA), vinculado a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), promove nesta sexta-feira, 17, uma manhã repleta de informações, depoimentos e homenagens para evidenciar o papel importante da equipe multiprofissional e das famílias que vivenciaram a internação do filho na UTI neonatal do HU-UFMA. O evento acontece no auditório do 4º andar da Unidade Materno Infantil, a partir das 8h. Será realizada também uma caminhada na Litorânea no dia 19, às 9h, com a participação de profissionais e familiares das crianças egressas da UTI Neo.
A atenção ao neonato prematuro nas unidades de terapia intensiva neonatais (UTIN) tem sido aperfeiçoada continuamente, tendo como consequência o aumento na sobrevida de recém-nascidos (RN) cada vez mais prematuros. No HU-UFMA, esse cuidado é realizado pela equipe multiprofissional da Unidade de Cuidados Perinatais, que também é o Centro Coordenador da Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Risco- Método Canguru, há mais de 20 anos.
De acordo com a chefe da Unidade de Cuidados Perinatais, Patrícia Franco Marques, houve um avanço considerável no cuidado neonatal e na tecnologia médica empregada nas UTIN nas últimas décadas. “O que tem permitido um aumento na sobrevivência de recém-nascidos com muito baixo peso e recém-nascidos com extremo baixo peso”, explica.
O HU-UFMA é tido como um Centro de Referência Nacional do Ministério da Saúde para a Atenção Humanizada ao recém-nascido de baixo peso – Método Canguru, cuja coordenação é da neonatologista, Marynéa Vale. Ela destaca que o Método Canguru é um modelo de assistência perinatal voltado para o cuidado humanizado. “Reúne estratégias de intervenção biopsicossocial e a atenção humanizada à criança, seus pais e à sua família, respeitando-os em suas características e individualidades. A adoção do Método Canguru visa fundamentalmente uma mudança de atitude na abordagem do recém-nascido e sua família”.
Unidade de Cuidados Perinatais
A Unidade distribui-se em cinco diferentes setores: atendimento no Centro de Parto, Alojamento Conjunto, Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais (UTIN), Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais (UCINCo), Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais Canguru (UCINCa) e Ambulatório de Seguimento de Pré-termo. O bebê é acompanhado desde a vida intrauterina na enfermaria de Gestação de Alto Risco até os sete anos de idade, quando recebe alta do seguimento ambulatorial especializado.
Mensalmente, são admitidos em média 15 bebês pré- termos na UTIN. Eles são acompanhados juntamente com suas famílias pela equipe multiprofissional até a alta, quando são encaminhados para o ambulatório de seguimento e/ou ambulatórios da Atenção Básica, através de parcerias estabelecidas previamente.
Sobre a Ebserh
Desde janeiro de 2013, o HU-UFMA é filiado à Ebserh, estatal vinculada ao Ministério da Educação que administra atualmente 39 hospitais universitários federais. O objetivo é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas.
O órgão, criado em dezembro de 2011, também é responsável pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), que contempla ações nas 50 unidades existentes no país, incluindo as não filiadas à Ebserh.
BNC Política