SÃO LUIS – O aumento no preço dos combustíveis, previsto para acontecer nas refinarias nesta sexta-feira (11), já foi antecipado pelos postos em São Luís.
Nesta quinta-feira (10), vários postos decidiram aumentar o valor do combustível vendido ao consumidor, antes mesmo da compra nas refinarias com o novo preço, o que é irregular.
Em várias regiões de São Luís, o aumento foi superior a 50 centavos. Houve posto vendendo gasolina a R$ 7,29. Nas poucas regiões onde o preço ainda não subiu, como em alguns postos no Araçagy, a fila de motoristas foi grande para encher o tanque antes do reajuste.
Aumento antes da hora é irregular
Em setembro de 2021, o Ministério Público do Estado e a Defensoria Pública do Maranhão entraram na Justiça com Ações Civis Públicas contra 158 postos de combustíveis, após supostos aumentos abusivos no valor dos combustíveis ocorridos na Grande Ilha de São Luís, entre 29 de dezembro de 2020 e 1º de abril de 2021.
Ao todo, foram 22 ações ajuizadas na Vara de Interesse Difusos e Coletivos. Os dados dos supostos aumentos foram coletados no relatório encaminhado pela Assembleia Legislativa do Maranhão, por meio da CPI dos Combustíveis.
O relatório apontou as seguintes irregularidades:
- Repasse aos consumidores de aumento superior ao percentual de aumento da refinaria
- Aumento do preço do combustível na mesma data de comunicação do reajuste, antes da renovação de estoque
- Preços iguais em postos por corredor e região nos mesmos horários, a partir do anúncio do aumento do combustível pela petrolífera
Apesar das irregularidades apontadas, ainda não houve, na prática, mudança nos hábitos dos postos de combustíveis na capital.
Aumento do preço do combustível é de 18,8%
A partir desta sexta-feira (11), o preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro, um aumento de 18,8%. Para o diesel, o preço médio passará de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro, uma alta de 24,9%, segundo informou a Petrobrás nesta quinta (10).
“Após serem observados preços em patamares consistentemente elevados, tornou-se necessário que a Petrobras promova ajustes nos seus preços de venda às distribuidoras para que o mercado brasileiro continue sendo suprido, sem riscos de desabastecimento, pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras”:: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras” , justificou a estatal, acrescentando que decidiu não repassar de imediato a volatilidade decorrente da guerra na Ucrânia.
“Esses valores refletem parte da elevação dos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente a demanda mundial por energia. Mantemos nosso monitoramento contínuo do mercado nesse momento desafiador e de alta volatilidade”, acrescentou a Petrobras.