BRASÍLIA – O ano de 2022 foi o que mais teve mortes decorrentes de chuvas desde 2013, indica a CNM (Confederação Nacional dos Municípios), em estudo que mostra que o governo federal utilizou apenas 51,7% do valor destinado para programas de proteção e defesa civil. Os dados da CNM foram divulgados pela coluna de Carlos Madeiro, no UOL.
O chocante dado apresentado mostra que a verba autorizada para combater os danos das chuvas foi de R$ 1,77 bilhão sob o governo de Jair Bolsonaro para 2022, mas somente R$ 919,1 milhões foram utilizados.
Desde 2013 são captados os dados sobre mortes após as chuvas e o salto do número de mortes nos últimos anos, segundo informações da Confederação, assustam: 2013 (131 mortes); 2014 (93 mortes); 2015 (73 mortes); 2016 (76 mortes); 2017 (64 mortes); 2018 (59 mortes); 2019 (297 mortes); 2020 (216 mortes); 2021 (290 mortes); e 2022 (552 mortes).
Entre as obras que poderiam ser realizadas por estados e municípios estão a de prevenção contra chuvas, drenagem urbana e de recuperação de áreas destruídas.
Descaso do governo Bolsonaro
O abandono do antigo governo quanto à preparação para as intensas chuvas se refletiu nos primeiros dias de 2023, com diversas cidades alagadas e inúmeras mortes decorrentes das enchentes. Inclusive, quando os atos golpistas de 8 de janeiro ocorreram, o presidente Lula (PT) visitava a cidade de Araraquara (SP), que sofreu danos pelas chuvas com a ocorrência de óbitos.
Agora esse cenário nefasto começa a ser contornado pelo novo governo, com o presidente Lula em contato com os municípios afetados, o monitoramento próximo da Defesa Civil e a atenção dos ministros das Cidades, Jader Filho (MDB), e da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes (PDT).
Contudo as intensas chuvas de janeiro somadas com a falta de investimentos de Bolsonaro e equipe fez com que somente em dezembro de 2022, em todo o Brasil, 313 mil pessoas fossem afetadas pelas chuvas, com 33 mortes, 245 municípios em situação de emergência, sendo 91 deles na Bahia, conforme mostra a CNM.
A destruição causou prejuízo de R$ 931,4 milhões, no entanto, o governo Bolsonaro repassou R$ 74,5 milhões, somente 8% do total.
Os estados com maiores prejuízos foram: Bahia, (R$ 254,8 milhões); Santa Catarina (R$ 224,3 milhões); Espírito Santo (R$ 182,2 milhões); São Paulo (R$ 147,6 milhões); e Rio de Janeiro (R$ 54,2 milhões).
A coluna procurou o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, agora sob gestão do novo governo Lula, que informou que os valores indicados pela CNM, na verdade, foram ainda menores com Bolsonaro.
No posicionamento do ministério foi indicado a liberação apenas de R$ 760 milhões para atender 867 municípios.
O colunista ainda lembrou a falácia de Bolsonaro que indicou a liberação de R$1 bilhão para tratar os estragos das chuvas na Grande Recife em maio de 2022. Mas como se sabe, o valor para todo o país, agora revelado, não chegou a isto, o que dirá somente para os municípios pernambucanos, uma vez que a verba total fica entre os R$ 760 milhões, conforme o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, e os R$ 919,1 milhões, de acordo com a CNM.
BNC Brasil