GRANDE ILHA – Ao som do choro, das batidas dos blocos tradicionais, toadas de Bumba Meu Boi e nos embalos alegres e sensuais do Cacuriá, a Assembleia Legislativa do Maranhão realizou, por solicitação do deputado estadual Bira do Pindaré (PSB), uma Sessão Solene em homenagem à Cultura Popular Maranhense. O evento aconteceu nesta quinta-feira (28), no plenário Nagib Haickel, e reuniu autoridades da cultura, religiosas e importantes nomes da cultura popular.
“A cultura popular maranhense é um vetor fundamental para o nosso desenvolvimento social e econômico. Quando a gente fala de Turismo, por exemplo, não podemos dissociar da cultura popular. O que nos faz diferentes é o nosso jeito de ser, de comer, de andar, de conviver, de se divertir. Tudo isso faz parte daquilo que Joãozinho Ribeiro chamou de Maranhensidade. E a nossa maranhensidade é a nossa marca maior, é o que ajuda a definir nossa identidade”, afirmou o parlamentar.
Ele acrescentou que a data foi escolhida porque mobiliza pessoas com expressões autenticas e genuinamente maranhenses e que, a cada ano, independente de apoio se reúnem em um das maiores manifestações culturais realizadas no Maranhão, levando mais arte e originalidade para o povo. “E hoje nós homenageamos aqui diversas manifestações na área da música, da dança, do cinema, do jornalismo e da gestão pública”, afirmou.
A Sessão Solene foi marcada pela alegria e descontração, com a entrega de Medalhas de Honra ao Mérito Legislativo João do Vale, que premia aqueles que promovem o desenvolvimento cultural e artístico do Maranhão, com títulos de Patrimônio Cultural Imaterial do Maranhão, além das placas de Homenagem Especial a pessoas e grupos que se destacaram pelos serviços prestados à cultura popular maranhense.
O deputado entregou Medalhas João do Vale a três homenageados. O Tira-Teima, o grupo musical de choro mais antigo ainda em atividade no Maranhão. À Equipe do “Muleque té doido”, filme de maior bilheteria do circuito comercial do estado. Foi produzido por maranhenses e traz uma comédia irreverente e apaixonante carregada de expressões típicas do nosso povo. Ademar Danilo foi o terceiro a receber a comenda. Formado em jornalismo, produtor cultural, e militante na promoção e engrandecimento do reggae no Maranhão, coordenou toda a implantação do Museu do Reggae e, atualmente, dirige o equipamento.
Os títulos de Patrimônio Cultural Imaterial do Maranhão foram entregues à Manifestação Carnavalesca Fuzileiros da Fuzarca, ao Santuário de São José De Ribamar em razão do título ao Festejo de São José de Ribamar, padroeiro do Maranhão, ao Cacuriá de Dona Teté em razão do título à Dança Típica Cacuriá. Criado por Dona Teté e Nelson Brito, o Cacuriá de Dona Teté é referência desse tipo de dança que foi criada por Seu Lauro nos anos 70. Carregada de irreverência e sensualidade, o Cacuriá é tipicamente maranhense e conhecida no país inteiro.
Títulos de Patrimônio Cultural Imaterial do Maranhão foram conferidos também a eles, que são únicos e exclusivos do Maranhão. Blocos Tradicionais. Bloco da APAE, Fênix, Os Curingas, Kambalacho do Ritmo, Os Especialistas do Ritmo, Reis da Liberdade, Príncipes de Roma, Originais do Ritmo, Os Foliões, Tropicais do Ritmo, Os Trapalhões, Os Tremendões, Os Brasinhas, Os Apaixonados, Os Feras, Os Vampiros, Os Diferenciados do Renascer, Os Imbatíveis, Alegria do Ritmo, Os Diplomáticos, Os Gladiadores, Vinagueira Show, Os Guardiões, Companhia do Ritmo, Os Vingadores, Renovação do Ritmo, Príncipe da Meia Noite, Os Inacreditáveis, Dragões da Liberdade, Os Guerreiros do Ritmo, Gaviões do Ritmo e Os Baratas.
“Os Blocos Tradicionais surgiram na primeira metade do século XX e eram conhecidos como ‘blocos de ritmo’. São marcados pela alegria, pela percussão, pelos figurinos luxuosos estampados nas fantasias e também pela dança dos tocadores e brincantes, que realizam uma coreografia saltitante. Os Blocos Tradicionais são únicos e exclusivos do Estado do Maranhão, isto é, não existem em nenhum outro lugar do mundo”, destacou o socialista.
Placas de Homenagem Especial foram entregues ao Bumba Meu Boi sotaque Costa de Mão da Soledade e ao Bumba Meu Boi de Guimarães. O segundo, é originário do Quilombo de Damásio, na cidade de Guimarães, e o boi mais antigo ainda em atividade no Maranhão e deu origem ao sotaque de zabumba.
Por fim, foram homenageados os jornalista e radialista, Joel Jacintho, considerado pelo deputado Bira um dos mais atuantes na cobertura e difusão da cultura popular maranhense. E o secretário Diego Galdino, pelos trabalhos prestados à frente da Secretario de Estado da Cultura e Turismo com ações importantes para a valorização e fomento da cultura em todo o Maranhão.
O evento iniciou com a abertura do Grupo Tira-Teima e as batidas dos Blocos Tradicionais, e encerrou com a alegria do Cacuriá e as belas toadas do Boi de Guimarães.
BNC Cultura