BRASILIA – O deputado federal Bira do Pindaré (PSB) subiu a tribuna da Câmara, nesta quarta-feira (19), para destacar a pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), que apontou que 52,68% da população é contra a Reforma da Previdência. Para ele, um número impressionante, que, estranhamente, não foi destacado nos noticiários das TVs brasileiras.
“Pois bem, eu quero usar este tempo na tribuna para registrar essa pesquisa. E qual foi o resultado? A maioria do povo brasileiro é contra a reforma da Previdência. A propaganda que existe é plenamente favorável à aprovação da reforma da Previdência. Você liga a televisão e não vê outra coisa a não ser defenderem essa tal reforma. Nós estamos discutindo na Comissão Especial e, cada vez que aprofundamos a discussão, mais encontramos maldades nesse projeto do Governo que está tramitando aqui na Casa”, afirmou.
O parlamentar destacou que, no relatório apresentado pelo deputado Samuel Moreira (PSDB/SP), houve alterações com importantes conquistas, como é o caso da retirada da capitalização. Conquistas que ele atribui à luta da oposição e do povo que foi às ruas protestar contra a proposta apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). Mas voltou a defender que é preciso avançar mais, pois a substitutivo ainda é insuficiente.
“O relator também trouxe uma inovação que considero extremamente importante, acrescentando ao relatório a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido dos Bancos. Isso abre discussão em relação à Receita para dar sustentabilidade ao sistema, taxando os mais ricos, mas sugeri que ele aproveite esse ensejo e apresente a proposta de regulação da taxação das grandes fortunas e dos lucros e dividendos”, ressaltou.
Para ele, uma medida simples e que atingiria os verdadeiros privilegiados, os donos dos bancos, para que eles deem a cota de contribuição deles para a sustentabilidade do nosso sistema previdenciário. Segundo o congressista, esse passo está faltando e espera que o relator, com sensibilidade e na complementação de voto, possa apresentar essas alterações e avançarmos nesse debate, no sentido de garantirmos a justiça social.
“Não interessa para nós apenas a questão fiscal, a potência fiscal, interessa para nós a potência social, de garantir igualdade de oportunidade a todo povo brasileiro, sobretudo, o povo trabalhador e o povo mais pobre do nosso País, que é quem está perdendo com esse projeto da reforma”, concluiu.
BNC Política