CORREIA PINTO – Uma bebê de oito meses foi retirada do próprio velório, após familiares terem percebido sinais vitais na criança. O caso ocorreu no fim de semana em Correia Pinto, em Santa Catarina. Segundo o Ministério Público estadual, a família relatou ter notado que a temperatura corporal da bebê se mantinha e o corpo da criança não apresentava rigidez. Os parentes também contaram que tiveram a sensação de que a menina mexia os braços e as mãos dentro do caixão.
Um farmacêutico, o Conselho Tutelar e os bombeiros foram acionados e, utilizando um oxímetro infantil e um estetoscópio, perceberam que a criança apresentava saturação e batimentos cardíacos em níveis baixos, além de pupilas contraídas que não reagiam e áreas do corpo com coloração arroxeada.
A bebê foi novamente transportada ao hospital pelos bombeiros, onde foi submetida a um eletrocardiograma. A equipe médica declarou, pela segunda vez, que não foram detectados batimentos cardíacos, confirmando a morte.
Ainda no fim de semana, o Ministério Público de Santa Catarina abriu investigação para esclarecer as condições envolvendo a morte da criança. Nesta segunda-feira (21), o laudo cadavérico foi concluído e a Polícia Científica descartou a possibilidade de a bebê ter apresentado sinais vitais durante a cerimônia funerária. A perícia confirmou que a criança morreu na madrugada de sábado (19), conforme consta no atestado de óbito emitido pelo hospital.
“O documento é sigiloso por se tratar de uma criança, mas o médico legista aponta diversas razões possíveis para a percepção de calor e leituras de pulso e saturação no oxímetro durante o velório”, afirmou o MP. Agora, o MPSC aguarda a conclusão do laudo anatomopatológico para identificar a causa da morte e verificar se houve falhas no atendimento médico inicial, que ocorreu na quinta-feira (17), ou em qualquer outro momento do processo. A entrega do laudo está prevista para ocorrer em um prazo de 30 dias.
Diagnosticada com virose
Segundo o MP, o pai da criança informou que ela apresentou sintomas na noite de quinta-feira (17) e foi encaminhada ao hospital, onde teria sido diagnosticada com uma virose. O médico que fez o atendimento teria administrado soro, prescrito medicamentos e liberado a paciente.
Na madrugada do sábado, a criança voltou a apresentar problemas de saúde e foi novamente levada à unidade médica. O mesmo médico que fez o atendimento inicial declarou a morte por volta de 3h. Ele teria afirmado que a causa da morte era asfixia por vômito, mas na declaração de óbito estavam registrados desidratação e infecção intestinal bacteriana. Posteriormente, o hospital liberou o corpo da criança para o velório.