GRANDE ILHA – Devemos confessar: antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio, a sensação geral era a de que as Olimpíadas estavam fora de hora.Pandemia ainda descontrolada, incerteza da presença de todos os atletas, clima de baixa expectativa de uma boa participação brasileira.
Pois não é que desenvolvemos uma relação afetiva com a competição?
Quem não está passando o dia não vendo a hora de chegar à noite e assistir às disputas?
Essa Olimpíada parece diferente das outras, incluindo a que sediamos quatro anos atrás.A carência de uma atração positiva na televisão, que fugisse das pautas terríveis do coronavírus e da virulência dos embates políticos bipolarizados, ativou o gatilho de uma alegria que parecia perdida. O fuso horário também ajuda, pois as competições contam com audiência máxima das pessoas em casa, e em uma emissora de maior alcance do que, por exemplo, dos Jogos de Londres, em 2012.
Os Jogos transcorrem em clima amistoso e as pessoas parecem dispostas a relevar questões extra-esportivas mais do que o esperado. Claro, nos tempos de hoje, é impossível não haver patrulhamento sobre declarações, opiniões pessoais, preferências políticas do atletas, mas, nas redes sociais, a curtição pelos jogos em si parece estar falando mais alto. As histórias de superação de brasileiros vencedores de medalhas servem de inspiração para muita gente.
E para os maranhenses, uma alegria a mais ver uma adolescente da terra ser capa dos jornais e portais de todo o planeta, com talento e simplicidade impossíveis de não cativar até quem não está acompanhando as competições.Ainda tem quase uma semana de disputas e, com certeza, esses Jogos de Tóquio deixarão saudades.
Um momento de trégua mental em um período de tanta turbulência, o que não significa que não haverá consequências na cidade de Tóquio e arredores sobre contágios e internações, afinal, o trânsito de pessoais, em eventos assim, é maior que o recomendável, infelizmente.
BNC Esportes