SANTA RITA -O que ocorreu em Santa Rita no último fim de semana é a prova de que parte da velha política ainda não aprendeu a conviver com o contraditório — e muito menos com a presença feminina em espaços de liderança.
O secretário municipal Ivo Gomes e seu filho, o vereador e presidente da Câmara, Ivo André, ambos aliados do ex-prefeito Hilton Gonçalo e do atual gestor Milton Gonçalo, protagonizaram um episódio lamentável. Em plena praça pública, os dois agrediram e intimidaram familiares de Luiza Calvet, líder do Republicanos Mulher no Maranhão, apenas porque uma placa com a imagem da jovem política foi instalada para convidar mulheres a participarem de um ato de filiação partidária.
Nada poderia ser mais simbólico: uma simples placa com o rosto de uma mulher causou mais incômodo do que anos de descaso e autoritarismo.
O vídeo que circula nas redes sociais mostra uma abordagem truculenta, desrespeitosa e humilhante, que ultrapassa qualquer limite do bom senso e afronta diretamente os princípios democráticos. A justificativa de que “cumpriam ordens do prefeito” apenas agrava o episódio, revelando o uso indevido da máquina pública para fins de perseguição política.
Com firmeza, Luiza Calvet denunciou o caso, classificando o episódio como violência política de gênero. Sua reação foi marcada por coragem e serenidade — uma resposta à altura de quem se recusa a se curvar diante do medo.
Enquanto a Prefeitura e a Secretaria de Infraestrutura de Santa Rita mantêm o silêncio, cresce entre os moradores o sentimento de revolta e indignação. Um boletim de ocorrência já foi registrado, e a sociedade exige providências imediatas.
Este caso ultrapassa os limites de um simples embate político. É um alerta sobre os riscos da concentração de poder e sobre como ela pode gerar intolerância à renovação.





