BRASÍLIA – Estimativa feita pelo Núcleo de Operações e Inteligência e Saúde (NOIS) prevê que o Brasil poderá registrar mais de 11.500 casos de coronavírus até a próxima segunda-feira (30). Em um cenário otimista, o país chega na semana que vem com 3.555 casos confirmados.
Em um cenário mediano, o país terá 6.375 casos daqui a cinco dias. O estudo foi feito por um grupo de pesquisadores formado pelo Departamento de Engenharia Industrial da PUC-Rio, USP, Secretaria de Estado de Saúde do Rio, Fundação Oswaldo Cruz, USP, entre outras instituições – e foi divulgado na tarde desta quarta-feira (25).
A primeira previsão do NOIS previa que na última segunda-feira, o Brasil teria 1.979 casos no cenário mais pessimista – segundo o Ministério da Saúde, o país tinha 1.891 confirmações naquele dia, apenas 4,4% do que o previsto. Segundo os pesquisadores, desobedecer medidas de isolamento podem aumentar ainda mais a estimativa de doentes no país. Outro estudo do grupo, exibido pela CNN na semana passada, revelava que as medidas de contenção vão influenciar a desaceleração do número de casos confirmados nas próximas duas semanas. Os pesquisadores também explicaram que o ritmo do crescimento do coronavírus no Brasil tem sido menor que no resto do mundo – mas, segundo eles, isso se deve a três fatores: poucos testes, demora na confirmação da doença e a subnotificação de pessoas com os sintomas.
A taxa de crescimento do coronavírus no Brasil, em comparação com o resto do mundo, tem sido menor. O NOIS, no entanto, acredita que isso se deve à subnotificação, a um baixo volume de testagem e à demora nos resultados dos testes de confirmação da doença, fazendo com que os valores reportados pelo Ministério da Saúde e pelas secretarias estaduais estejam abaixo do que eles são na realidade.
O estudo também chama atenção para os estados do Rio de Janeiro e São Paulo. No Rio, o crescimento estimado para a próxima semana é de 482% – levando o estado a ter 1.392 casos no pior cenário. Já São Paulo pode ter até 5.059 casos no cenário mais pessimista na próxima segunda-feira. Esses cenários podem ser evitados, segundo os pesquisadores, se surtirem efeito as políticas de contenção anunciadas pelos governos dos dois estados – juntos, Rio e São Paulo continuarão concentrando o maior número de casos no país em qualquer dos cenários.
Os estados de RJ e SP continuam concentrando o maior número de casos no país. São Paulo pode chegar a até 5.059 casos, no cenário mais pessimista. O estado, no entanto, caiu de 68% (projeção da NT1 do NOIS) para 43% das estimativas nacionais da doença. O Rio de Janeiro, por sua vez, pode ter um crescimento de 482% nos casos, chegando a 1.392 no pior cenário.
BNC Brasil