IMPERATRIZ – A Polícia Civil confirmou, nesta quarta-feira (30), que o ovo de Páscoa consumido por uma mãe e dois filhos em Imperatriz (MA) continha chumbinho, um pesticida altamente tóxico e de uso clandestino no Brasil.
A ingestão causou a morte das crianças Evely Fernanda, de 13 anos, e Luís Fernando, de 7 anos. A mãe, Mirian Lira, sobreviveu após ser internada em estado grave. A principal suspeita do crime, Jordélia Pereira Barbosa, de 36 anos, foi presa em flagrante e teve a prisão preventiva decretada.
Com base no laudo pericial do Instituto de Criminalística, que detectou a substância tóxica no chocolate, nos corpos das vítimas e no material apreendido com a suspeita, a Polícia concluiu o inquérito e irá indiciá-la por duplo homicídio qualificado e tentativa de homicídio por envenenamento.
As investigações apontam que Jordélia teria planejado o crime por vingança, motivada por ciúmes do ex-companheiro, que estava em um novo relacionamento com Mirian. A suspeita chegou a ameaçar a vítima no início do ano, segundo relato do homem à polícia.
Segundo a Polícia Civil, Jordélia viajou 384 km de Santa Inês a Imperatriz, comprou o ovo de Páscoa disfarçada — usando óculos escuros e peruca —, e contratou um motoboy para entregar o presente na casa das vítimas. Em seguida, retornou à cidade de origem, onde foi presa ao desembarcar de um ônibus. Com ela, foram apreendidas duas perucas, restos de chocolate, bilhetes de ônibus e crachás falsificados.
Para se hospedar em Imperatriz, Jordélia se passou por mulher trans, usando o nome falso de Gabrielle Barcelli, e apresentou crachás de uma suposta empresa de gastronomia. Ela alegou ao hotel estar passando por um processo de retificação de gênero para justificar a ausência de documentos oficiais.
BNC Polícia