BELÉM – A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) confirmou 19 casos de Mpox (monkeypox) nos primeiros quatro meses de 2025, incluindo duas mortes, uma delas a do cantor paraense de forró Gutto Xibatada, de 39 anos. Apesar da repercussão, o órgão de saúde nega a existência de surto da doença no estado.
Segundo o balanço divulgado nesta segunda-feira (28), Belém concentra a maior parte dos registros (14), seguida por Ananindeua (3), Marituba (1) e um caso importado. Ambas as mortes ocorreram em pacientes com comorbidades, o que, segundo a Sespa, aumenta o risco de complicações.
A morte de Gutto Xibatada, no dia 22 de abril, após internação no Hospital Municipal Mário Pinotti, causou comoção nas redes sociais. De acordo com a família, ele começou a apresentar sintomas cerca de um mês antes, após viagens ao Rio de Janeiro e à Bahia. Mesmo tendo buscado atendimento, foi orientado apenas ao isolamento domiciliar.
O estado de saúde do cantor piorou nos dias seguintes. Ele perdeu a visão, a fala e a capacidade de se alimentar, segundo relatos. No dia da internação, foi socorrido pelo Samu e levado diretamente ao CTI, mas não resistiu. A família alega falhas no acompanhamento médico e cobra esclarecimentos.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) afirmou que o paciente foi devidamente atendido e encaminhado conforme os protocolos. O caso segue em investigação pela Vigilância Epidemiológica. Os contatos próximos ao cantor foram monitorados, mas não apresentaram sintomas.
Para esclarecer a situação e conter desinformações, a Sespa convocou uma coletiva com técnicos da saúde estadual e municipal. As autoridades reiteraram que não há evidências de surto no estado, mas reforçaram a necessidade de vigilância e prevenção.
A Mpox é uma infecção viral transmitida por contato direto com lesões, secreções ou objetos contaminados. Os sintomas incluem febre, dores musculares, fadiga e lesões cutâneas que evoluem de manchas a crostas. Em casos graves, pode causar complicações pulmonares e neurológicas.
O Ministério da Saúde recomenda que pacientes com sintomas procurem atendimento médico imediato e mantenham isolamento até a cicatrização completa das lesões. Pessoas com comorbidades, como asma, diabetes e imunossupressão, devem redobrar os cuidados.
BNC Geral