GRANDE ILHA – A tradicional Festa de São Marçal continua viva e cheia de vida. Mesmo com as jornadas extenuantes de três a quatro dias seguidos de apresentações, os grupos de bumba-meu-boi, e também os espectadores, não perderam a oportunidade de neste sábado (30), homenagear o santo que dá nome à principal avenida do bairro do João Paulo, e que é muito mais que o palco da apresentação.
“A gente pode perder tudo, perder viagem, perder esposa, perder compromisso, mas aqui não pode faltar, a festa é nossa vida, é a nossa tradição, tem que passar pelo João Paulo, se não passar por aqui nós não brincamos o boi, a gente não é nada”, disse Washington de Jesus Lima.
Há 35 anos no bumba-boi de Maracanã e há quatro três dias seguidos nas apresentações, o vaqueiro que abre mão de tudo pela festa, disse também o que o grupo e a temporada junina representam para sua vida. “São 35 anos que faço parte do ‘Batalhão de Ouro’, sou feliz, aqui já tive tudo aqui, tive filho, já tenho bisneto e isso aqui é minha vida, minha felicidade!”, exclamou o brincante.
Em sua 91ª edição, a Festa de São Marçal é uma iniciativa espontânea dos grupos, e desde 2015 conta com o apoio do Governo do Maranhão, que oferece palco, som e segurança para o encontro.
“Quem faz festa são os grupos, que vêm para cá voluntariamente, passam aqui, se apresentam, e temos o apoio do Governo, que se junta com o que é feito pelo povo que é amante da cultura popular”, explicou um dos organizadores do evento, Juarez de Sousa.
Com 67 anos, a aposentada Maria José Ferreira da Costa é uma das espectadoras que tem garantido também a tradição da festa. “Todos os anos eu venho aqui, não perco por nada”, contou. No espaço reservado para idosos, ela elogiou a organização da festa.
“É tranquilo, tem segurança, e também um espaço reservado pra gente que precisa e dá para assistir tudo, ver todos os grupos, eu gostei muito”, afirmou.
E no que depender do pequeno Eduardo Gomes Rabelo, de 11 anos, a manifestação tem tudo para continuar. Como caboclo de pena do bumba-meu-boi São José dos Índios, o pequeno há dois anos se apresenta no grupo, por escolha própria: “Não foi promessa não, eu mesmo que quis sair”, afirmou.
Vinda de Imperatriz, a estudante Rosilângela Ferreira aproveitou a festa com o esposo Clayvisson e o irmão Rosyvaldo. “Tudo lindo! É a primeira vez que estou vindo aqui e é tudo lindo, ano que vem vou trazer a família toda”, comentou.
Passando por outros arraiais da cidade, ela elogiou a tranquilidade das festas juninas e a segurança: “Tem sido tudo tranquilo, sempre tem policiamento, segurança”, afirmou.
Em sua 91ª edição a Festa de São Marçal acontece no bairro do João Paulo, em São Luís, onde o comércio fecha e o trânsito de veículos dá lugar à uma multidão de brincantes, fantasiados ou não. Cada grupo inicia a apresentação à altura do 24º Batalhão de Infantaria Leve, local de concentração, até o palco na Praça São Marçal. São cerca de 20 minutos de tradição, fé e devoção que finalizam a temporada junina e renovam o ânimo para o próximo ano.
Este ano, além da Festa de São Marçal, os festejos oficiais do São João de Todos 2018 se estendem até este domingo (1), com apresentações em diversos arraiais da ilha.
BNC Cultura