Núbia de Oliveira repete terceiro lugar na São Silvestre e mira título nos próximos ano
SÃO PAULO – A atleta brasileira Núbia de Oliveira voltou a subir ao pódio da Corrida Internacional de São Silvestre ao conquistar, pela segunda vez consecutiva, o terceiro lugar na prova feminina. Após o resultado, ela afirmou que pretende retornar ainda mais forte no próximo ano e que seu grande objetivo segue sendo a conquista do título da tradicional corrida paulistana.
“Meu sonho é me tornar campeã da São Silvestre e eu vou lutar por isso até o fim. Tenho 23 anos e acredito que ainda tenho um longo caminho para percorrer. Estou ganhando muita experiência até chegar no lugar mais alto do pódio”, declarou Núbia, que disputou a prova pela quarta vez.
Na edição desta quarta-feira (31), Núbia melhorou seu desempenho em relação ao ano passado, completando o percurso em 52 minutos e 42 segundos, o melhor tempo entre as brasileiras. Em 2024, ela também terminou na terceira colocação, mas com 53 minutos e 24 segundos.
Em entrevista coletiva, a atleta destacou a importância do resultado como inspiração para outras mulheres. “Esse resultado inspira e impulsiona mais mulheres a participar do esporte. Tenho certeza que sou referência para muitas mulheres. Fico muito feliz em representar a força da mulher, da mulher nordestina, e ver o crescimento das mulheres na corrida de rua”, afirmou.
O Brasil não vence a São Silvestre feminina há quase duas décadas. A última campeã brasileira foi Lucélia Peres, em 2006.
A vencedora da prova feminina em 2025 foi a tanzaniana Sisilia Ginoka Panga, que venceu em sua primeira participação com o tempo de 51 minutos e 08 segundos. O resultado marcou também a primeira vitória de uma atleta da Tanzânia na história da São Silvestre, encerrando uma sequência de triunfos de corredoras quenianas que durava desde 2016. Sisilia precisou superar a queniana Cynthia Chemweno, líder nos primeiros quilômetros da prova.
“A Cynthia é uma excelente corredora. Não foi fácil manter a calma para ir atrás dela. Fico orgulhosa em representar meu país e espero que no ano que vem seja ainda melhor”, disse Sisilia, que precisou de atendimento médico após a chegada devido ao forte calor.
Cynthia Chemweno ficou com o segundo lugar, repetindo o resultado do ano anterior, ao completar a prova em 52 minutos e 31 segundos. A peruana Gladys Tejeda terminou em quarto, seguida pela queniana Vivian Jeftanui Kiplagati.
Prova masculina
No masculino, o melhor brasileiro também terminou na terceira colocação. Fábio de Jesus Correia celebrou o resultado, mas lembrou que o país vive um longo jejum de vitórias na prova.
“A gente sempre tem que pensar em ser campeão, mas já faz quase 16 anos que um brasileiro não vence no masculino. Vou treinar bastante para, quem sabe, quebrar esse tabu nos próximos anos”, afirmou. A última vitória brasileira foi em 2010, com Marilson Gomes dos Santos.
O título masculino ficou com o etíope Muse Gizachew, que venceu com o tempo de 44 minutos e 28 segundos após ultrapassar o queniano Jonathan Kipkoech Kamosong nos quilômetros finais. “Foi uma prova difícil, com muitos altos e baixos e muito calor. Mantive o ritmo e consegui uma chegada firme”, comemorou o campeão.
Jonathan Kipkoech Kamosong reconheceu que o ritmo forte no início da prova lhe custou a vitória. “Fui muito forte nos primeiros quilômetros e não consegui manter o ritmo no final”, lamentou.
Durante a coletiva, Fábio de Jesus também chamou atenção para a falta de estrutura para treinamentos no Brasil. “Mais do que apoio financeiro, precisamos de valorização e de espaços seguros para treinar. Falta pista e segurança para os atletas”, ressaltou.
O pódio masculino foi completado pelos quenianos William Kibor e Reuben Logonsiwa Poguisho.
