GRANDE ILHA – Após demolições e retirada das primeiras estruturas e construções que ao longo dos anos descaracterizaram o prédio original, a antiga Reffsa entrou em uma nova fase de restauração.
O prédio, que abrigará museus, um centro de tecnologia, restaurante e cafeteria, já está com reboco externo em fase final de recuperação. Na parte interna, um cuidadoso trabalho tenta preservar ladrilhos e outros itens que garantirão os ares históricos ao lugar.
“Como se trata de patrimônio, ela é uma obra cuidadosa. Nós temos que ter bastante cuidado para que não danifique nada, que tudo saia dentro do programado”, explica a arquiteta Verônica Pires, responsável pelo projeto.
Dentro do prédio, as obras envolvem desde descascar paredes e demolir escadas que não atendem as atuais normas de segurança até a construção de novas estruturas, como as que serão necessárias para o funcionamento da cozinha industrial do restaurante que ficará de frente para o mar.
“Já estamos na fase de descascar e retirar o que já está estragado. Estamos removendo com cuidado os ladrilhos hidráulicos para que a gente possa fazer uma recomposição e coloque o restauro de alguns, para que assim a população tenha uma ideia do que foi restaurado e recolocado”, completa a arquiteta.
Reffa
Prédio que abrigou a antiga Rede Ferroviária Federal S/A, a Estação Ferroviária João Lisboa foi inaugurada em 1929 e era o principal ponto de partida dos maranhenses que se deslocavam de trem na capital e de quem chegava e saia para o interior também.
A recuperação da estação é a etapa final revitalização do complexo ferroviário da Avenida Beira-Mar. No ano passado, já foram entregues as obras da Praça Gomes de Sousa e a Praça Joãosinho Trinta. O projeto é fruto da parceria do Governo do Maranhão com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Com recursos na ordem de R$ 7,5 milhões do Tesouro Estadual, além de demolições, restauração de ladrilhos, a obra, também, contempla a inclusão de recursos de acessibilidade, elevador, novas esquadrias, pisos, recomposição de paredes, fachadas, construção de rampa, escada e mezanino, além da revisão e restauração de forro e teto, grades, dentre outros.
“É um projeto de suma importância para o estado, que fez um termo de cooperação técnica com o Iphan para elaborar o projeto de requalificação do Complexo Ferroviário”, diz o superintendente de Patrimônio da Secretaria de Estado de Cultura (Secma), Luis Eduardo Longhi. “Ele está dentro dos projetos executados no PAC Cidades Históricas e, nessa parceria, o Governo do Estado assumiu a execução da obra da Reffsa”, completa.
Pensado como novo cartão-postal da cidade, o prédio será um espaço para comércio e atrações culturais. “Estão previstos para funcionar os Museus da Memória Ferroviária e Artur Azevedo, um polo tecnológico da Secretaria de Ciência Tecnologia e Inovação (Secti), um restaurante no andar superior e uma cafeteria no térreo”, conta Leonardo Longhi.
BNC Cidades